Utilização de análises ecotoxicológicas no aprimoramento da avaliação da qualidade da água: aplicação do IVA - Índice de Qualidade das Águas para Proteção da Vida Aquática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Lorenzetti, Maria de Lourdes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-02122020-150147/
Resumo: Análises ecotoxicológicas têm sido utilizadas pela CETESB no monitoramento da qualidade das águas no Estado de São Paulo desde 1992, e foram recentemente incorporadas a um índice numérico, o IVA - Índice de Qualidade das Águas para Proteção da Vida Aquática. Foi avaliada a adequação do uso dessas análises como componentes de índices numéricos de qualidade de água para a proteção da vida aquática, a capacidade do IVA em complementar informações sobre a qualidade do ambiente aquático e identificar as causas de deterioração da qualidade da água. Para tanto, o IVA foi aplicado a uma bacia hidrográfica numa série histórica de dados, comparando-o ao IQA (Índice de Qualidade das Águas), adotado até o presente como índice genérico de qualidade das águas no Estado de São Paulo. O IVA é composto por dois índices: o IPMCA -Índice de Parâmetros Mínimos para Proteção das Comunidades Aquáticas e o IET- Índice de Estado Trófico. O IVA foi aplicado à bacia do rio Cubatão, nos cinco pontos da Rede de Monitoramento da Qualidade das Águas da CETESB localizadas nesta bacia, no período de 1995 a 2000, e os resultados foram avaliados quanto aos indicadores de qualidade que influenciaram a sua classificação, a sensibilidade do IVA comparada ao IQA e a tendência observada em seis anos de dados. Foram detectadas condições piores da qualidade da água em praticamente todos os pontos de monitoramento, em relação ao IQA, muitas vezes devido à detecção de toxicidade a organismos aquáticos e/ou potencial de eutrofização. Os indicadores de qualidade que influenciaram na classificação das águas pelo IVA como Regular, Ruim e Péssima foram o IET no rio Cubatão a jusante do Canal de Fuga da Usina Hidrelétrica (44,7%), no rio Mogi (46,3%) e no rio Piaçaguera (25,3%), a toxicidade no outro ponto do rio Cubatão (39,5%) e no Canal de Fuga da Usina Hidrelétrica (35,1%), o pH no rio Mogi (17,6%), e o oxigênio dissolvido no rio Piaçaguera (15,5%). Das substâncias tóxicas, destacaram-se fenóis e os metais cádmio, cobre, chumbo, cromo, mercúrio, níquel e zinco. A análise estatística não demonstrou qualquer tendência para os dados do IVA. A inclusão de análises ecotoxicológicas como componentes de um índice numérico permitiu uma avaliação mais fidedigna da qualidade da água para proteção da vida aquática; a integração do IET e do IPMCA na formação do IVA ampliou significativamente a capacidade deste índice para identificar as variáveis causadoras da deterioração da qualidade da água; o IVA permite a inclusão de outros indicadores para a avaliação de um determinado ambiente aquático, dentro do grupo de substâncias tóxicas do IPMCA. A aplicação do IVA na bacia do rio Cubatão mostrou que esse índice é mais adequado que o IQA para avaliar a qualidade das águas com fins de proteção da vida aquática. A divulgação pública do IVA constitui-se em uma rica e útil fonte de informações para fóruns regionais tomadores de decisão.