Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Alvarenga, Carolina Faria |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-29092020-190709/
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Resumo: |
Esta pesquisa é o resultado de uma investigação sobre o processo de construção dos Indicadores de Qualidade da Educação Infantil Paulistana, um instrumento de autoavaliação institucional participativa que insere gênero como parte de uma das dimensões de qualidade, elaborado na gestão do prefeito Fernando Haddad, entre 2013 e 2016. O objetivo foi compreender a configuração de gênero desta política pública de Educação Infantil que articula avaliação, qualidade e gênero. A pesquisa situa-se nos campos da Sociologia da Educação e Estudos de Gênero, a partir de um olhar histórico, tendo como suporte teórico os conceitos de configuração e relações de interdependência, do sociólogo alemão Norbert Elias; e gênero, ecos e reverberações, da historiadora feminista estadunidense Joan Scott. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, que, ao olhar para uma política de Educação Infantil, situa os diferentes contextos que compuseram os ciclos dessa política paulistana, a partir do diálogo com a metodologia proposta pelo sociólogo inglês Stephen Ball. Com base na análise documental e em entrevistas semiestruturadas, realizadas com profissionais que participaram da comissão de escrita dos indicadores paulistanos, problematiza-se como, em que condições e com que força gênero se inseriu em uma política de avaliação de qualidade da Educação Infantil da cidade de São Paulo. Com base na metáfora de um bordado, a pesquisa construiu- se sob a hipótese de que, para a compreensão da configuração de gênero de uma política pública emaranhados de fios, cores, linhas e pontos que se entrelaçam durante a urdidura do bordado , é preciso perguntar pela configuração social estabelecida no processo de construção da política, ou seja, interconectar as dimensões macro e micropolíticas e romper com uma visão histórica polarizada que enaltece os indivíduos ou a estrutura social. No contexto paulistano, entender como se configurou essa política de avaliação de qualidade revelou disputas e tensões mesmo entre mulheres-professoras que compartilhavam de concepções teóricas de infâncias e Educação Infantil consensuadas nos documentos nacionais e internacionais da área. Em uma dimensão que nasce com a demanda pelas questões raciais, disputou-se o que caberia nela. Gênero entra na intersecção, ainda que raça tenha tido mais força política e embasamento teórico. O grupo de mulheres-professoras responsável pela construção desta dimensão específica, nomeadas guardiãs da questão, utilizou-se do documento como um instrumento de luta e, como opção política, pautou as diferenças e as desigualdades de gênero e étnico-raciais na Educação Infantil de São Paulo. Por fim, a pesquisa aponta os avanços, os desafios e as limitações decorrentes da construção dessa política pública e propõe a articulação entre as dimensões administrativa, participativa, formativa e sociopolítica, para que se criem lastros legais, normativos e operacionais capazes de reverberar nas ações de formação inicial e continuada dentro da temática de gênero. Ao articular essas dimensões, destacam-se as estratégias utilizadas pelas mulheres-professoras e, ainda, outras que poderiam ser implementadas no fortalecimento da agenda de gênero nas políticas públicas de Educação Infantil e de outras bordaduras. Os Indicadores, ainda que seja uma política pública local, fortaleceu esse caminho, uma vez que pautou gênero como parte de uma dimensão de qualidade. |