Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Contier, Felipe de Araujo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-23032016-120753/
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Resumo: |
O projeto de João Batista Vilanova Artigas (1915-1985) para o edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, concebido entre 1960 e 1961 e construído na Cidade Universitária entre 1966 e 1969, atravessou um período de ruptura na ordem política do país que marcou sua produção material e sua valoração histórica. Marco inquestionável da arquitetura moderna brasileira e, em particular, da escola de Vilanova Artigas, a explicação histórica dessa obra se mostra indissociável da luta pela reforma do ensino de arquitetura, das políticas para obras públicas do Estado de São Paulo e do debate sobre o subdesenvolvimento no segundo pós-guerra. Esta tese, organizada em quatro capítulos, busca, primeiramente, interpretar a trajetória de seu autor até o momento da inauguração do edifício, argumentando que a pesquisa arquitetônica de Artigas baseada no concreto armado aparente, iniciada em meados da década de 1950, manteve seu vínculo com a nova monumentalidade, porém, deslocando o foco representativo da identidade nacional para a própria construção. Em seguida, este trabalho examina o processo de distinção de Vilanova Artigas no campo institucional da FAU e sua relação com o campo profissional. Para isso, recorre à história da faculdade, criada em 1948, a partir do curso de arquitetura da Escola Politécnica da USP, na qual se observa o crescimento do protagonismo de Vilanova Artigas, consagrado com seu projeto para o novo edifício da escola e sua liderança na reforma do ensino. Seu papel busca ser explicado à luz da atuação de seus pares, professores, arquitetos e engenheiros, bem como dos obstáculos políticos e acadêmicos enfrentados por ele. O encontro das hipóteses arquitetônicas radicais de Artigas com o fecundo território para experimentações da Cidade Universitária de São Paulo é discutido em seguida, tomando como referência a história desse campus e o caráter excepcional das Cidades Universitárias de modo geral. São então destacados o Plano de Ação do Governo do Estado (PAGE, 1959-1963), responsável por uma mudança de paradigmas nas obras públicas do Estado de São Paulo que resultou na promoção da arquitetura moderna feita em escritórios particulares, e o Fundo para Construção da Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira (FCCUASO), um órgão público de planejamento e administração direta das obras na Cidade Universitária, criado pelo PAGE, que teve papel relevante na construção do edifício da FAU. O último capítulo deste trabalho analisa aspectos artísticos, técnico-construtivos e políticos da produção do edifício da FAUUSP. A trajetória de Vilanova Artigas, a história da FAU e os planos para a Cidade Universitária são retomados em uma narrativa detalhada que vai dos primeiros croquis do projeto à inauguração do edifício, tragicamente simultânea ao afastamento de Artigas da universidade, em 1969. |