A significação na música de cinema 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Juliano de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-23052017-154907/
Resumo: Esta tese analisou os processos de significação na música de cinema tendo como referencial teórico estudos musicológicos com ênfase cognitivista e semiótica, decorrentes da teoria das tópicas musicais, a partir dos trabalhos de Leonard Ratner (1985), Kofi Agawu (1991, 2009), Robert Hatten (1994, 2005, 2014) e Danuta Mirka (2014). A pesquisa se concentrou em dois gêneros cinematográficos, o western e a ficção científica, considerando as práticas musicais a eles relacionadas desde o cinema silencioso, para compreender a formação do inventário associativo que constituiu a base do pensamento tópico no cinema. Ao analisar o inventário musical de cada gênero, observamos que o uso recorrente de figurações e materiais musicais específicos correlacionados a elementos da paradigmática fílmica criou aquilo que denominamos - \"imaginário sonoro do gênero cinematográfico\", que definimos como sendo o conjunto de gestos, musemas, tópicas e sons concretos recorrentes na música do gênero e que contribuíram para a formação de uma identidade musical. A identificação dos elementos constituintes deste imaginário sonoro nos ajudou a compreender a significação musical à luz dos códigos e da mitologia que fundamentam o gênero cinematográfico. Em relação à formação do imaginário sonoro do western e da ficção científica, duas tendências antagônicas ganharam relevância: o papel da tradição folclórica e nacionalista para a identidade da música do western e, por outro lado, a importância das experiências da vanguarda musical para a construção do imaginário sonoro da ficção científica. Os signos musicais que permeiam o imaginário sonoro do gênero cinematográfico se combinam em processos tropológicos e se transmutam para acompanhar os desenvolvimentos técnicos, poéticos, tecnológicos e ideológicos que afetam os campos musical e cinematográfico. Em conjunto com as análises musicais, a teoria da marcação, aplicada ao plano musical por Hatten (1994), nos serviu como profícua ferramenta para a análise das antinomias que orientam grande parte das narrativas cinematográficas. A adoção da teoria da marcação contribuiu para revelar a função da música como alienadora ou -familiarizadora? de elementos da narrativa. Verificamos finalmente a possibilidade de correlação entre o discurso paradigmático das referências tópicas e o eixo sintagmático da forma fílmica.