Efeito dos pesticidas na comunidade microbiana em solos com diferentes diversidades e na rizosfera da soja

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Alves, Kelly Jaqueline
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11138/tde-10022023-155118/
Resumo: Com a demanda de associar a expansão da produtividade agrícola com a preservação ambiental, abordagens que beneficiem os microrganismos do solo e sua interação com as plantas vem recebendo atenção crescente. No entanto, para explorar as funções benéficas fornecidas pelo microbioma é necessário compreender como o manejo agrícola intensivo, que inclui o uso de pesticidas, pode alterar a comunidade microbiana do solo e consequentemente aquelas associadas às plantas. Nesse cenário, o objetivo geral dessa tese foi avaliar o potencial efeitos de sete pesticidas na comunidade microbiana de dois solos diferentes, e de dois fungicidas na comunidade fúngica de solos com diferentes níveis de diversidade microbiana, considerando que os efeitos variam ao longo do período de incubação. Também foi avaliado se os pesticidas de sementes têm o potencial de modular a montagem do microbioma da rizosfera de soja. Para isso, foram combinadas avaliações do potencial enzimático do solo com métodos independentes de cultivo, as quais permitiram acessar o perfil das comunidades microbianas, a abundância de genes específicos e a composição da comunidade microbiana do solo e da rizosfera. Como principais resultados da aplicação dos pesticidas em dois solos diferentes, foi observado que as comunidades bacterianas do solo agrícola foram mais responsivas a aplicação dos fungicidas e herbicidas que as comunidades fúngicas, em contrapartida, no solo florestal os perfis das comunidades fúngicas foram mais suscetíveis a aplicação desses compostos que as comunidades bacterianas. No experimento em que foi aplicado fungicidas em solos com diferentes níveis de diversidade, a enzima β-glicosidase foi alterada nos microcosmos menos diversos, ao passo que não ficou evidente o efeito da diversidade microbiana na resposta das comunidades fúngicas, no entanto, foi possível identificar táxons que tiveram a abundância alterada com a aplicação dos fungicidas. Em relação à influência dos pesticidas utilizados no tratamento de sementes, as modificações na diversidade das comunidades microbianas da rizosfera de soja foram observadas nos estágios iniciais de desenvolvimento da planta e permaneceram até os 45 dias de desenvolvimento. Também foram identificados táxons bacterianos associados a degradação dos pesticidas testados e a redução na abundância de fungos relacionados com a simbiose desempenhada por fungos micorrízicos arbusculares. De forma geral, as comunidades bacterianas e fúngicas do solo foram responsivas aos pesticidas aplicados, sendo que essas respostas variaram com o tipo de solo, diversidade da comunidade microbiana e tempo de incubação. Os pesticidas utilizados no tratamento de sementes também mostraram potencial em modificar a montagem das comunidades rizosféricas da soja ao longo do desenvolvimento da planta.