Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Moraes, Luiza Guimarães de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-23052019-165457/
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Resumo: |
Esta dissertação se desenvolveu com o propósito de investigar as relações sujeito-escrita e sujeito-instituição escolar estabelecidas por alunos do Ensino Fundamental 2 (F2) quando postos sistematicamente em situação de autoavaliação, escrevendo sobre a própria escrita. A partir da análise de portfólios de produção textual compostos por alunos ano a ano durante o F2, objetivou-se investigar de que maneiras as respostas dos sujeitos ao chamado institucional escolar de tomar a palavra sobre a própria escrita e sobre a própria aprendizagem impactam a constituição do sujeito enquanto escritor. Buscou-se mostrar tipos de respostas geradas pela tensão posta na situação de autoavaliação; deslocamentos dos sujeitos em relação à forma como respondem à instituição; e impactos na escrita dos alunos pelo processo de extradição do sujeito promovido pela escola. O corpus da pesquisa foi composto por cartas elaboradas pelos alunos para seus professores, em que comentam a própria escrita e os próprios textos. A análise se fundamentou nos conceitos de diálogo, enunciação, excedente de visão e polifonia, propostos por Bakhtin, além de valer-se de conceitos vindos da Análise do Discurso: heterogeneidade e metaenunciação (Authier-Revuz, 1990, 1998; Possenti, 2002, 2009). A partir dos resultados obtidos, foi possível concluir que o embate entre sujeito e instituição, na situação de (auto)avaliação, gera diferentes tensões que, mais ou menos intensas, promovem diferentes respostas dos sujeitos: (1) a repetição do discurso institucional; (2) o domínio da metalinguagem escolar e o posicionamento no lugar do avaliador; (3) a possibilidade de o sujeito constituir a sua escrita a partir de uma posição singular, por meio da metaenunciação e da polifonia. Neste último caso, perguntamo-nos que fatores levariam à possibilidade de deslocamento dos sujeitos de uma posição enunciativa para uma posição metaenunciativa. Além do posicionamento sistemático no lugar da avaliação, outorgado pela instituição, concluímos que para o sujeito escritor constituir-se mais autoralmente e escrever com autonomia dentro da escola, é preciso encontrar um lugar de complexidade com a instituição escolar, em que a institucionalização e a subjetivação se dão de forma não dicotômica. Vimos pelas análises que esse lugar de complexidade fica favorecido quando há uma articulação entre o intra e o extraescolar, já que ele se compõe pela possibilidade de o sujeito estar dentro e fora do discurso escolar ao mesmo tempo; submeter-se e posicionar-se autonomamente. Por fim, concluímos que, na tensão produzida entre sujeito e instituição, quando houve adesão plena do sujeito à instituição, a singularidade do sujeito escritor não se constituiu, assim como quando não houve adesão. Na tensão entre adesão e autonomia, o sujeito escritor pode se constituir em sua singularidade. |