Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Stabile, Rodrigo Augusto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-01032024-161557/
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Resumo: |
A parte alta dos vales, junto às cabeceiras de drenagem e às vertentes de alta declividade têm uma geomorfodinâmica particular, dependente da natureza dos processos nessa zona de interação entre vertente e canal. Considerando que ainda há uma lacuna na compreensão destes sistemas geomorfológicos no Brasil e que estes vales podem ser profundamente perturbados por eventos de alta magnitude que provocam a ocorrência de processos como movimentos de massa generalizados e fluxos de detritos, o objetivo desta pesquisa foi investigar se a geomorfodinâmica dos vales e canais na zona de interação vertente-canal no Planalto do Paraitinga é influenciada pelo trabalho de entalhe, transporte e deposição dos movimentos de massa, particularmente dos fluxos de detritos deflagrados por eventos de alta magnitude. Para isso procedemos à identificação dos limiares pluviométricos capazes de gerar escorregamentos e fluxos de detritos e seus intervalos de recorrência, à análise dos fatores que influenciaram a magnitude e a frequência espacial dos escorregamentos e a sua mobilização em fluxos de detritos; ao mapeamento da geomorfodinâmica do evento de 2009/2010, à análise de campo das zonas erosiva e deposicional dos fluxos de detritos e processos associados e à caracterização morfológica e morfométrica do perfil longitudinal dos vales. Os resultados obtidos mostraram que a mobilização dos sedimentos dos vales da zona de interação vertente-canal no evento de 2009/2010 se deu principalmente por fluxos de detritos, mas provavelmente também por enxurradas de detritos e fluxos hiperconcentrados. Estes processos estão espacialmente associados a escorregamentos generalizados e escorregamentos de grande magnitude que parecem depender de processos deflagradores específicos que acabam por facilitar a liquefação da massa escorregada. Os sedimentos depositados nos vales da zona de interação vertente-canal são mobilizados em quantidade significativa somente durante eventos chuvosos de alta magnitude e baixa frequência. Os fluxos de detritos do evento de 2009/2010 deixaram como principais marcas na paisagem os canais em leito rochoso e depósitos na forma de diques e lóbulos de detritos. Estes canais em leito-rochoso na zona de interação vertente-canal diferem dos canais em leito rochoso a jusante pela ausência ou ocorrência incipiente de feições abrasivas fluviais, bem como pela frequência relativamente alta de feições erosivas de impacto por arrancamento (plucking). As relações entre a declividade e a área de contribuição ao longo dos perfis longitudinais apresentaram uma quebra de tendência clara entre o domínio de processos fluviais e o domínio dos fluxos de detritos, que pôde ser usada com alto grau de acerto para prever os locais de incisão de outros prováveis fluxos de detritos ocorridos no evento de 2009/2010. Apesar disso, a presença de possíveis horizontes orgânicos enterrados sob os depósitos do evento de 2009/2010, assim como a percepção de menores taxas de processos geomorfológicos como escorregamentos e fluxos de detritos em áreas florestadas, sugerem um controle climático na recorrência dos eventos e uma influência antrópica na frequência atual dos processos erosivos e deposicionais na zona de interação vertente-canal do Planalto do Paraitinga |