Iniciação sexual entre as adolescentes brasileiras: um estudo de cartas enviadas a revistas femininas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Garcia, Marcos Roberto Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-27082020-173649/
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo analisar a maneira pela qual as adolescentes brasileiras vivenciam a iniciação sexual. A metodologia escolhida foi a da análise qualitativa da cartas enviadas a revistas voltadas ao público feminino adolescente. Foram selecionadas 120 cartas de diversos Estados brasileiros endereçadas às revistas Capricho e Carícia, ambas da editora Abril. A maior parte das cartas e do conteúdo das mesmas revelou a presença de um discurso do tipo confessional, conforme a caracterização feita por Michel Foucault a respeito deste. Embora a valorização da virgindade seja minoritária entre as adolescentes da pesquisa, observou-se que elas continuam a julgar a própria sexualidade a partir de um código de regras específico. Tal código implica em um controle intenso sobre o próprio desejo e em um estabelecimento de limites rígidos em relação à atividade sexual, havendo pouco espaço para se experienciar o prazer relativo a essa atividade. Por outro lado observou-se em algumas cartas um movimento de resistência a esse ideal de normalidade. Tais cartas mostram uma defesa de maior liberdade sexual e uma maior aceitação do próprio desejo sexual por parte das adolescentes, que passam a se permitir a iniciativa frente ao relacionamento sexual, além de haver um maior espaço para a experiência de prazer neste relacionamento. A possibilidade do exercício da ética na relação da adolescente consigo mesma traz consequências importantes para se pensar o campo da orientação sexual