O impacto da exigência de margem sobre os preços dos ativos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Castelli, Luiz Fernando
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-12082014-185435/
Resumo: O trabalho busca responder: i) se a exigência de margem é capaz de afetar os preços dos ativos em períodos de iliquidez; ii) como as margens são fixadas. A primeira pergunta está relacionada ao modelo Margem CAPM de Gârleanu & Pedersen (2011), que indicam a existência da relação entre a exigência de margem associada a problemas de funding do mercado com os preços dos ativos. A segunda pergunta está relacionada ao trabalho de Brunnermeier & Pedersen (2009) que descrevem o fenômeno Espiral de Liquidez relacionado ao comportamento pró-cíclico das margens, que seriam função da volatilidade dos preços dos ativos. Utilizaram-se dados do mercado acionário brasileiro e exigências de margem divulgadas pela BM&F Bovespa para o período de jan/2008 até dez/2012 para responder tais perguntas. A evidência empírica encontrada no trabalho aponta que a exigência de margem afeta os preços dos ativos em momentos ilíquidos, como descrito pelo modelo Margem CAPM. Porém, tal fenômeno é restrito apenas a ações de empresas pequenas. De acordo com o exercício realizado, o portfólio Long Short de empresas pequenas, onde a estratégia é long em ativos de empresas com alta exigência de margem e short em ativos de baixa exigência de margem, apresentou um retorno médio ajustado ao risco de 1.33% ao mês. Enquanto para empresas médias e grandes o retorno ajustado ao risco da estratégia Long Short é estatisticamente igual a zero. Além disso, encontrou-se em um exercício em painel que o aumento de 1 p.p. da exigência de margem gera uma queda aproximada de 0.13 p.p. sobre o excesso de retorno dos ativos de empresas pequenas quando o mercado está ilíquido. Por outro lado, o efeito é positivo da ordem de 0.10 p.p. quando o mercado está líquido. Novamente, os efeitos são nulos para empresas médias e grandes. Quanto à fixação das margens, o trabalho apresenta evidência que estas são explicadas pelo comportamento da volatilidade e da assimetria da distribuição dos retornos dos ativos. Em um exercício em painel, observou-se que: o aumento de 1 p.p. na volatilidade dos ativos gera um aumento aproximado de 0.017 p.p. na variação da exigência de margem; e uma queda de 0.1 unidade no coeficiente de assimetria dos retornos dos ativos causa um aumento de 0.015 p.p. na variação das margens. Destaca-se que tais resultados são inéditos na literatura de precificação de ativos.