Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Bartho, Viviane Dinês de Oliveira Ribeiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-22022021-172916/
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Resumo: |
Esta tese pesquisa a leitura realizada na escola, com foco na formação de leitores em aulas de língua materna. Ela se baseia na concepção de linguagem dialógica e heterogênea, ancorando-se nos pressupostos teóricos do Círculo de Bakhtin e da Análise do Discurso Francesa, particularmente, no segundo caso, nos conceitos propostos por Pêcheux. Também lançamos mão de estudos sobre a subjetivação do sujeito advindos da Psicologia da Educação e da Psicanálise lacaniana; além de estudos de outras áreas, como Sociologia e Pedagogia, importantes para a compreensão de nosso objeto de investigação de modo transdisciplinar, conforme preconiza a Linguística Aplicada, área de concentração desta tese. O corpus compõe-se de produções de alunos do Ensino Médio e da graduação em Matemática, do Instituto Federal de São Paulo, campus de Campos de Jordão. Esses textos foram elaborados a partir de atividades de leitura; configuram-se, pois, como réplicas de leitura. Dentre os diversos gêneros produzidos, elegemos a \"resenha\" e o \"comentário de leitura\" para análise. A metodologia analítica não teve caráter prescritivo nem intenção estatística; teve, sim, caráter descritivo e interpretativo. O objetivo norteador da análise foi responder ao seguinte: como o dialogismo se manifesta nos textos discentes? Essas produções passaram por descrição formal, pela qual buscamos fatos linguísticos que, no plano enunciativo, ganharam estatuto de indícios dialógicos. As réplicas escritas foram analisadas em seções, levando em conta as propostas de leitura trabalhadas em classe. Como resultados, observamos nelas vestígios enunciativos que vislumbraram: 1. os movimentos dialógicos concretizados, dada a relação de alteridade estabelecida; 2. a forma de constituição dialógica de cada conjunto de textos; e 3. aspectos da subjetivação dos sujeitos-leitores, entendidos como modos de individuação do sujeito. Observamos dados como: estratégias enunciativas; a quem (ou a quê) o escrevente replicou; filiações ideológico-discursivas, entre outros. Esses traços deram às réplicas ora um aspecto polifônico, ora um aspecto monofônico. Na maioria dos casos, encontramos o aspecto polifônico. Mesmo naqueles com aparência monofônica, a análise minuciosa desvendou o processo dialógico estabelecido na leitura realizada pelo escrevente. Assim, cabe questionar a lógica do erro/da falha, segundo a qual a escola, frequentemente, pratica e avalia a leitura. A nosso ver, esse processo pode ser modificado em favor de um trabalho de produção e análise de réplicas por um viés dialógico. Não defendemos, em absoluto, o abandono do ensino da norma culta padrão e da gramática normativa como parte do processo de desenvolvimento da competência leitora. Entendemos, contudo, que esse enfoque ganharia muito, se fosse associado a uma metodologia de formação de leitores que leve em conta: o papel do gênero discursivo; suas possibilidades de materialização criativa; sua estabilidade e sua instabilidade composicional e estilística; a prática de leitura que considere o dialogismo que a constitui. Acreditamos que essa estratégia de formação de sujeitos-leitores fortaleceria o contexto democrático e inclusivo que almejamos, como professores, desenvolver em sala de aula. |