Avaliação da eficácia in vitro ou in vivo da butenafina livre ou nanoencapsulada contra L. (L.) infantum e L. (L.) amazonensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Adriana Bezerra de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-29012020-134643/
Resumo: A leishmaniose se refere a doenças causadas por diferentes espécies de protozoários parasitos do gênero Leishmania, que ocorrem em 98 países, portanto, é um problema de saúde global. O tratamento é efetuado com dois principais fármacos, o antimoniail pentavalente e a anfotericina B, os quais induzem sérios efeitos colaterais aos pacientes, podendo levar ao abandono da terapia. Assim, a busca por novos fármacos para o tratamento de leishmaniose é necessária e urgente. O fármaco antifúngico cloridrato de butenafina apresentou potencial antileishmania in vitro contra espécies dermatotrópicas de Leishmania sp. Desta maneira, a eficácia in vitro da butenafina livre ou nanoencapsulada contra as formas promastigotas e amastigotas da espécie viscerotrópica L. (L.) infantum foi avaliada, e a eficácia in vivo para uso tópico foi estudada em camundongos da linhagem BALB/c infectados com L. (L.) amazonensis. Nanoformulações em sistema de nanoformulação autoemulsificante (SNEDD) e em nanogel foram produzidas e estudos de absorção cutânea realizados. Camundongos BALB/c foram infectados com L. (L.) amazonensis na base da cauda e após quatro semanas o tratamento tópico com a butenafina livre ou nanoencapsulada, foi administrado uma vez por dia em um período total de 15 dias. Como controle, animais infectados receberam intralesionalmente antimoniato de meglumina (Glucantime®). Os tamanhos das lesões de todos os grupos foram mensurados e após duas semanas do fim do tratamento, os animais foram eutanasiados. O parasitismo tecidual foi quantificado no ponto cutâneo de inoculação do parasito e foram feitas análises histológicas do parasitismo cutâneo. Animais não infectados foram submetidos ao mesmo tratamento para avaliar possíveis alterações histológicas causadas pelo tratamento. As concentrações de IFN-Gama e IL-4 também foram avaliadas no sobrenadante de células mononucleares de linfonodos estimuladas com antígeno total de L. (L.) amazonensis. Os dados obtidos mostraram que as nanoformulações F1, F3 e F4 foram eficazes contra L. (L.) infantum (in vitro). No teste de absorção cutânea, verificou-se que a butenafina nanoencapsulada apresentou melhor capacidade de distribuição do fármaco e difusão rápida na pele, em comparação à butenafina livre. Os grupos de animais tratados com as formulações de butenafina apresentaram menor tamanho de lesão e diminuição da carga parasitária, caracterizada por um moderado e difuso infiltrado inflamatório quando comparados ao grupo controle infectado não tratado. O nanogel apresentou atividade similar à dos animais tratados com Glucantime. A resposta imune celular dos animais mostrou que os grupos de animais tratados com butenafina livre e formulada ao nanogel apresentaram aumento na produção de IFN-Gama e as células dos animais tratados com o nanogel também produziram níveis aumentados de IL-4. No estudo histológico da pele de animais saudáveis tratados com butenafina nanoencapsulada ou livre não apresentaram alterações na epiderme ou na derme, por outro lado, os animais tratados com Glucantime apresentaram um processo inflamatório na derme constituído basicamente por células mononucleares e polimorfonucleares. Tomados em conjunto, esses dados sugerem que o reposicionamento do cloridrato de butenafina nas leishmanioses pode ser efetivo