Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Sobrado, Lucas Faraco |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-30092022-101806/
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Resumo: |
Introdução: O carcinoma espinocelular (CEC) anal é um tumor relativamente raro mas de incidência crescente. O tratamento padrão com quimiorradioterapia (QRT) concomitante permite que muitos pacientes evitem a amputação abdominoperineal de reto e a colostomia definitiva. No entanto, tumores avançados podem se apresentar com complicações locais que requerem uma derivação intestinal previamente ao início da QRT. O desfecho destes estomas é incerto e pouco estudado na literatura. O objetivo deste estudo é avaliar os pacientes com CEC anal submetidos à derivação intestinal previamente à QRT em relação ao desfecho do estoma e aos fatores de risco associados à sua permanência definitiva. Métodos: Foi realizado estudo de coorte retrospectivo através de análise de prontuários de pacientes tratados no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP-HCFMUSP) entre janeiro de 2008 e dezembro de 2020, diagnosticados com CEC anal e submetidos à derivação intestinal previamente ao início da QRT com intuito curativo. Foram excluídos pacientes tratados com intuito paliativo. Foram avaliados dados demográficos, clínicos, do estadiamento do tumor, do tratamento oncológico, sobre o desfecho do estoma e as suas complicações a curto e longo prazo. Foram analisados a taxa de reversão dos estomas pré-QRT e os fatores de risco relacionados à sua permanência definitiva. Resultados: No período estudado foram tratados 651 pacientes com CEC anal no ICESP-HCFMUSP. Destes, 82 foram submetidos à derivação intestinal previamente à QRT, mas 17 foram excluídos deste estudo, sendo 11 por doença metastática ao diagnóstico e 6 por óbito antes de iniciar o tratamento oncológico. Ao final, 65 pacientes foram avaliados. Os motivos para confecção da colostomia foram obstrução intestinal (n=28, 43,1%), fístula retovaginal (n=13, 20%) e infecção perianal (n=24, 36,9%). Após seguimento médio de 35,8 ± 27,6 meses, 9 pacientes (13,8%) reconstruíram o trânsito intestinal. Em análise univariada, sexo masculino (p=0,013), baixo status funcional (ECOG 2) (p=0,023), tumores volumosos (p=0,045), infecção perianal (p=0,010), QT com cisplatina (p=0,047) e interrupções na RT por período maior que sete dias (p=0,010) foram fatores de risco de permanência definitiva do estoma. Conclusão: A maioria das colostomias realizadas pré-QRT nos pacientes com CEC anal são definitivas. Os fatores de risco associados à sua permanência são: sexo masculino, baixo status funcional (ECOG 2), tumores volumosos, derivação intestinal por infecção perianal, QT com cisplatina e interrupções na RT por período maior que 7 dias |