Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Neves, Ingrith |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-07122022-125808/
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Resumo: |
Estudos epidemiológicos têm mostrado que a propagação e disseminação de bactérias resistentes a antibióticos de uso clínico, não é um problema restrito a hospitais, mas também se estende ao meio ambiente e alimentos. O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos, tanto de origem vegetal quanto animal e para manter sua elevada produtividade de carnes, tem adotado o uso de antimicrobianos extensivamente na cadeira produtiva da carne. O objetivo do trabalho é obter e analisar dados genômicos de bactérias Gram-negativas resistentes aos antibióticos de importância médica, isoladas de produtos cárneos de sistemas de produção livre de antibióticos e de produção convencional. Foram analisadas amostras comerciais de carne de frango (n=12), carne bovina (n=10) e carne suína (n=10), de diferentes marcas, coletadas entre agosto de 2019 a fevereiro de 2020. As amostras foram triadas em ágar MacConkey suplementado com ceftriaxona e colistina, a fim de selecionar fenótipos de produção de ESBL (β-lactamases de espectro estendido), pAmpC e MCR (mobile colistin resistance). Os isolados foram identificados pela técnica MALDI-TOF e foram submetidos ao teste de suscetibilidade antimicrobiana pela técnica do disco-difusão. Do total de amostras analisadas, 46,9% foi positiva para Escherichia coli (n=15) multirresistente, e destas, nove foram sequenciadas na plataforma Illumina. A análise das sequencias revelou a presença dos genes blaCMY-2, blaCTX-M-8 e blaCTX-M-55, os quais conferem resistência a penicilinas e cefalosporinas de amplo espectro, utilizadas no tratamento de infecções humanas e veterinárias; além de outros genes e mutações que conferem resistência a tetraciclinas (tetA, tetB), sulfonamidas (sul1, sul2), fosfomicina (fosA3), quinolonas [gyrA (S83L, D87N, D87G), parC (S80I)], aminoglicosídeos [aadA1, ant(3\'\')-Ia, aac(3)-Via, aadA2, aph(6)-Id, aph(3\'\')-Ib] e macrolídeos [mdf(A) ]. Genes de tolerância para metais pesados (incluindo arsênico, telúrio e mercúrio), desinfetantes (amônios quaternários) e agrotóxicos (glifosato) foram também preditos. Além disso, foram identificados genes de virulência que codificam para toxinas, aderência, sideróforos e sistema de secreção. As cepas pertenceram aos clones internacionais sequência tipo ST38, ST2179, ST443, ST57, ST117. Nossos resultados reportam a presença de patógenos de prioridade crítica em carnes antibiotic-free, alertando sobre a possibilidade de que alimentos de origem animal possam ser fontes que contribuem para a disseminação silenciosa destes patógenos, e/ou seus genes de resistência. |