Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Mafra, Ana Luisa Alves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17155/tde-05082019-112346/
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Resumo: |
Introdução: O sistema de grupo sanguíneo Rh é altamente complexo e polimórfico sendo considerado, depois do sistema ABO, o sistema de maior significado clínico na medicina transfusional. Os anticorpos dirigidos contra os seus antígenos estão envolvidos em reações hemolíticas transfusionais, anemia hemolítica autoimune e doença hemolítica do feto e neonatos. O antígeno D é o mais imunogênico dos antígenos do sistema Rh e sua conformação na superfície das hemácias está disposta como um mosaico de diferentes epítopos. Alterações no gene RHD, que expressa a proteína RhD, podem ser detectadas pela variação na intensidade da reação sorológica, utilizando-se diferentes reagentes anti-D. As alterações ocorrem por diversos mecanismos genéticos e são responsáveis pelo aparecimento dos fenótipos D fraco e D parcial. Essas variantes podem apresentar mudanças qualitativas e/ou quantitativas na proteína RhD e estão frequentemente envolvidas em casos de aloimunização anti-D. A identificação e classificação dos fenótipos RhD variantes possuem alta relevância clínicae, portanto, requerem uma rigorosa investigação molecular, uma vez que os testes sorológicos não são capazes de distinguir entre fenótipos D fraco e D parcial. Dessa forma, esclarecer os resultados fracos ou discrepantes encontrados na sorologia e determinar as variantes RhD têm grande importância para a comunidade científica e, principalmente, para a medicina transfusional. Objetivos: Caracterizar, por métodos moleculares, antígenos RhD variantes em amostras de doadores de sangue da Fundação Hemocentro de Brasília que apresentaram fraca expressão do antígeno RhD. Métodos: Foram selecionadas para extração de DNA e investigação molecular de antígenos RhD variantes 103 de 7983 amostras de doadores de sangue que apresentaram tanto resultados negativo, inconclusivo ou fraco (menor que 2 cruzes) na fenotipagem RhD, realizada por técnica em microplacas, como resultado positivo na confirmação de D fraco. Inicialmente, as amostras foram confirmadas quanto à presença do gene RHD por PCR multiplex RHD regiões íntron4/éxon7. Na sequência, técnicas de PCR alelo específico e RFLP foram utilizadas para triar as variantes D fraco tipos 1, 2, 3 e 4 ou DAR, seguido do sequenciamento de éxons específicos do gene RHD para investigação das demais variantes. As amostras foram avaliadas quanto à zigosidade por dosagem do gene RHD, por qPCR, e quanto à presença do Pseudogene (RHD?) e da deleção do gene RHD, por PCR-SSP. Os resultados encontrados foram interpretados em conjunto com os fenótipos RhCE também analisados. Resultados: Das amostras estudadas, 68,93% foram caracterizadas como RhD parcial; 21,36% como RhD fraco; 1,94% não apresentaram polimorfismos nos éxons do gene RHD e 2,91% apresentaram ausência de éxons RHD indicando a presença de um gene híbrido RHD-CE-D não definido. Entre as amostras RhD fraco, 16,5% eram RHD*fraco tipo 3; 5,8% RHD*fraco tipo 2; 1,94% RHD*fraco tipo 1; 0,97% RHD*fraco tipo 38 e 0,97% RHD*fraco tipo 145. Entre as amostras RhD parcial, 33,01% eram RHD*DAR 3.1; 32,04% RHD*DAR 1.2; 1,94% RHD*DVII; 0,97% RHD* DOL 1; 0,97% RHD* DOL 2. Discussão e conclusão: Nossos resultados demonstraram que as reações atípicas nos testes sorológicos para o antígeno RhD são indicativas da presença de variantes RhD. Os alelos RHD*DAR subtipos foram os mais frequentemente encontrados nas amostras dos doadores de Brasília-Distrito Federal. Esses alelos estão associados à aloimunização anti-D. A caracterização de antígenos RhD variantes por meio da associação de testes sorológicos e métodos moleculares visa, principalmente, determinar os fenótipos/genótipos associados à aloimunização anti-D. Essa caracterização é muito importante para aumentar a segurança transfusional, diminuir a administração desnecessária de imunoprofilaxia anti-D em gestantes e pode, também, colaborar com a preservação dos estoques escassos de unidades de sangue RhD negativo. Além disso, o conhecimento sobre a frequência e distribuição das variantes Rh contribui para a compreensão da origem multirracial da região estudada e auxilia no desenvolvimento de futuros protocolos de genotipagem RHD que estabeleçam estratégias de buscas de unidades de sangue compatíveis para pacientes portadores de variantes RhD. |