Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2002 |
Autor(a) principal: |
Munhoz, Wagner Cesar |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-22032010-171959/
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Resumo: |
As disfunções temporomandibulares (DTM) compreendem uma série de alterações funcionais que podem acometer a articulação temporomandibular (ATM), a musculatura mastigatória ou ambas simultaneamente. Os distúrbios internos da ATM são modalidades específicas de DTM que se manifestam clinicamente por ruídos articulares associados a movimentos mandibulares desarmônicos ou limitados e, freqüentemente, dor. Sua etiologia e fisiopatologia ainda são desconhecidas, mas sugere-se a participação de fatores de postura de cabeça e corporal em sua gênese e perpetuação. A pesquisa aqui relatada, com o objetivo de verificar possíveis relações entre postura corporal global e distúrbios internos da ATM, procedeu à comparação entre 30 indivíduos portadores de sintomatologia característica de distúrbios da ATM (grupo teste) e 20 indivíduos saudáveis (grupo controle). Os métodos utilizados foram: o clínico, que constou de anamnese e fichas padronizadas para avaliação de características do sistema estomatognático; traçados e análise por cadeias musculares em fotografias de postura corporal; e análise de radiografia de coluna cervical em perfil. A comparação entre os grupos teste e controle revelou maior curvatura lordótica da coluna cervical no grupo teste, pelo método de diagnóstico clínico. No grupo controle, 79% dos indivíduos apresentaram diagnóstico clínico de retificação de coluna cervical e em apenas 10,5% a curvatura de coluna cervical foi considerada hiperlordótica, ao passo que, no grupo teste, somente 41,4% dos indivíduos apresentaram diagnóstico clínico de retificação, 37,9% apresentaram curvatura lordótica fisiológica e 20,7% obtiveram diagnóstico de hiperlordose (p=0,03). O grupo teste apresentou ainda maior prevalência de elevação de ombros: 63,3% versus 30,0% (p=0,04). Nenhuma outra relação estatisticamente significante foi encontrada na comparação dos grupos teste e controle. Em um segundo momento, o grupo teste foi dividido em três subgrupos, de acordo com a gravidade da DTM, avaliada pelo Índice Disfuncional de Helkimo. Nessa análise de subgrupos nenhuma correlação estatística foi demonstrada; no entanto, o grupo com maior gravidade de DTM apresentou tendência, embora não significante estatisticamente, à maior prevalência de hiperlordose de coluna cervical (50%) observada em radiografia, bem como algumas discrepâncias posturais, como protrusão de cabeça (100%) e de ombros (100%) e aumento de lordose lombar (83,3%). Os resultados sugerem que a coluna cervical e ombros, possivelmente por estarem localizados nas adjacências do sistema temporomandibular, estão intimamente relacionados aos distúrbios internos da ATM. Por outro lado, as poucas associações estatísticas entre o grupo teste e o controle, aliadas à tendência a desarmonias posturais encontrada no grupo de maior grau de disfunção, levam a concluir que o papel da postura corporal na fisiopatologia desta seria de baixa relevância, podendo inclusive não constituir fator etiológico, mas uma decorrência da DTM. |