Biogeoquímica de elementos traço em solos de sistemas estuarinos: manguezais do Estado de São Paulo (Brasil) e Marismas da Galícia (Espanha)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Silva, Maria Luiza de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20200111-155156/
Resumo: O uso de um largo espectro de substâncias químicas em atividades humanas, domésticas e industriais, aliados a direção preferencial do desenvolvimento em áreas costeiras, continua contribuindo para a contaminação ambiental com importante incremento na concentração dos elementos traço. Uma vez que a acumulação destes elementos traço em sistemas estuarinos é um processo que depende basicamente de alterações nos estados de oxi-redução na interface água-solo, fatores que alterem as condições biogeoquímicas do solo alterarão também as taxas de acumulação de elementos traço nos solos destes ambientes. O presente estudo foi proposto com o objetivo principal de estabelecer o comportamento geoquímico de diversos elementos traço relacionado à geoquímica do Fe e S em solos de sistemas estuarinos de clima tropical (manguezais) e de sistemas estuarinos de clima temperado (marismas) com diferentes graus e tipos de contaminação, como também, de verificar os níveis de base dos elementos traço nos solos dos manguezais e das marismas. O material do trabalho foi composto por 15 perfis de solos procedentes de diferentes manguezais do litoral paulista, sendo 11 destes pertencentes a Baixada Santista, os quais apresentam diferentes tipos de impactos antrópicos e os outros 4 perfis de solos pertencentes a Ilha do Cardoso, a qual se apresenta livre de impacto antrópico, e por 5 perfis de solos procedentes dos sistemas de marisma da Costa da Galícia (Espanha). Foram determinados pH, potencial redox (Eh), conteúdo de carbono orgânico total (TOC), S total, N total, conteúdo total e fracionamento dos elementos traço nos solos. O método de fracionamento seguido para os metais traço foi uma combinação de métodos anteriormente propostos para meios sedimentares, cuja aplicação permitiu diferenciar com maior precisão a fração pirítica. Os solos de manguezais se caracterizaram por apresentar uma ampla variação em seu conteúdo em matéria orgânica e o pH situou-se próximo à neutralidade. As condições de oxidação-redução dominantes nos solos de manguezais foram anóxicas em superfície, inclusive, enquanto que os solos das marismas mostraram uma variabilidade muito mais ampla, oscilando entre condições óxicas a anóxicas. Comparando os solos dos dois sistemas estudados, os das marismas apresentaram um grau de enriquecimento em elementos traço maior que o dos solos dos manguezais. A piritização do Fe, do Mn e dos elementos traço considerados, foi muito mais intensa nos solos de manguezais do que nos das marismas. Independentemente do tipo de ambiente (marisma ou manguezal), a incorporação dos elementos traço à fração pirítica não depende unicamente das condições redox dos solos, mas também do comportamento geoquímico de cada elemento em particular. Ainda que todos os metais considerados tenham apresentado correlações significativas com o Fe pirítico, o grau de piritização foi muito diferente para cada um deles. Neste sentido a ordem de incorporação dos metais traço na fração pirítica foi Cu>>Ni>Zn~Cr>Hg. Porém, deve-se ressaltar que os resultados de piritização obtidos para o Zn podem estar subestimados, uma vez que o ZnS é solúvel em meio ácido. Quanto ao Hg, este elemento deve ser objeto de futuros estudos mais específicos, onde se considerem outras formas geoquímicas como o Hg elementar.