Facies e evolução paleogeográfica do Subgrupo Itararé/Grupo Aquidauana (Neopaleozoico) na Bacia do Paraná, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1988
Autor(a) principal: Santos, Paulo Roberto dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44132/tde-27092012-095302/
Resumo: A presente tese constitui um ensaio de abordagem ao problema da reconstituição da evolução paleoambiental e paleogeográfica do Subgrupo ltararé/Grupo Aquidauana, através da anáIise das facies sedimentares e sua distribuição espacial , em subsuperfície, na bacia do Paraná. A pesquisa leva em conta a possibilidade de correlação regional mais pormenorizada do pacote sedimentar representado pelas duas unidades acima, com base no esquema palinobioestratigráfico do Neopaleozóico da bacia do Paraná proposto por DAEMON & QUADROS (1970). Pesquisas posteriores realizadas pela PETROBRÁS e pelo PAULIPETRO vieram a demonstrar a aplicabilidade prática do zoneamento palinológico acima, que constitui o único arcabouço de correlação ainda dlsponível para o Neopaleozóico da bacia do Paraná. Segundo o esquema de DAEMON & QUADROS (1970), os sedimentos do Subgrupo Itararé/Grupo Aquidauana correspondem aos intervalos bioestratigráficos G, H e I, este último subdividido adicionalmente nos subintervalos \'I IND.1\' e \'I IND.2\'+\'I IND.3\'+\'I IND.4\'. A cronologia das subdivisões acima em termos da escala de tempo internacional para o Neopaleozóico é ainda controvertida. Palinologicamente os autores acima citados correlacionaram-nos com o intervalo de tempo do Carbonífero Superior (ESTEFANIANO) ao Permiano Inferior (KUNGURIANO). A interpretação da idade com base em outros fósseis associados (megaplantas e invertebrados), contudo sugere um intervalo menor para a sedimentação do Subgrupo Itararé/Grupo Aquidauana, até, provavelmente, o SAKMARIANO (Permiano Inferior). A premissa fundamental da presente tese é que, pelo menos no âmbito da bacia do Paraná, os limites entre os intervalos bioestratigráficos são, grosso modo, isocrônicos, delimitando; desse modo, pacotes depositados penecontemporaneamente. O mapeamento sucessivo de cada intervalo, através das técnicas de análise de litofacies, deveria portanto, fornecer uma visão mais detalhada da evolução paleoambiental e paleogeográfica da bacia, particularmente do importante episódio glacial documentado pelos sedimentos do Subgrupo Itararé/Grupo Aquidauana. Os dados de subsuperfície utilizados na presente pesquisa foram obtidos através do exame de 101 perfis de poços perfurados pela PETROBRÁS S/A (71), e posteriormente pelo CONSÓRCIO PAULIPETRO (30), na bacia do Paraná. O trabalho de coleta de dados envolveu: a) a seleção dos intervalos a serem mapeados, tendo em conta a sua distribuição mais ampla na bacia e a consistência dos seus Iimites; b) compilação de informações sobre espessura total e das diversas litofacies selecionadas dentro de cada intervalo; c) construção de mapas de litofacies diversas; d) interpretação com base nos modelos disponíveis na literatura sobre sedimentaçäo glacial , A reconstituição ambiental e paleogeográfica apresentada incorpora ainda, informações derivadas de estudos das faixas aflorantes do Subgrupo Itararé/Grupo Aquidauana, e dizem respeito à: a) distribuição de facies reconhecidas nas seções expostas nas faixas leste e oeste de afloramento na bacia do Paraná; b) informações paleontológicas; c) feições direcionais resultantes da abrasão glacial sobre o embasamento mais antigo, ou introformacionalmente; d) direções de transporte sedimentar através de medição de paleocorrentes; e e) caracterização e distribuição de algumas facies específicas, como é o caso dos varvitos, carvões e diamictitos. Outro aspecto julgado de extrema pertinência para essa análise, refere-se à reconstituição do cenário fisiográfico da glaciação neopaleozóica da bacia do Paraná, que condicionou a sedimentação do Subgrupo Itararé/Grupo Aquidauana. Incluem-se aqui aspectos relacionados com as caracteristicas do relevo, conformação da linha de costa, assim como a configuração e posicionamente das geleiras que atingiram a bacia do Paraná durante o NEOPALEOZÓICO. A reconstituição dos ambientes sedimentares e da paleogeografia, dentro do contexto glacial julgado predominante durante a sedimentação das unidades em estudo, levou em conta uma análise comparativa da maneira de disposição tridimensional das litofacies ocorrentes em regiões glaciadas atualmente, tanto no ambiente terrestre da glaciação como no gIácio-marinho. Nos moldes acima referidos, a análise da evolução paleoambiental e paleogeográfica do Subgrupo Itararé/Grupo Aquidauana, apoia-se na interpretação de uma série de mapas de isópacas, de litofacies, de porcentagens e de razões clásticas, para cada um dos intervalos bioestratigráficos em que aquelas seqüências sedimentares podem ser subdivididas. O total de mapas construídos é de 53. Essas informações servem de base para uma tentativa de síntese da evolução paleoambientaL e paleogeográfica do Subgrupo ltararé/Grupo Aquidauana, na bacia do Paraná, que incorpora não só os resultados do estudo de litofacies, como também os dados de afloramentos disponíveis, além dos paleontológicos acima aludidos .