Estudo da invasão trofoblástica na parede tubária em gestações ampulares: parâmetros associados e predição da profundidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Cabar, Fabio Roberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-19032007-104232/
Resumo: INTRODUÇÃO: A definição de fatores preditivos de lesão morfológica e funcional da tuba uterina poderia colaborar na escolha do tratamento de pacientes com gestação ectópica. O objetivo deste estudo foi verificar o comportamento do tecido trofoblástico em relação à sua penetração na parede da tuba uterina em gestações ampulares, relacionar a profundidade dessa penetração com idade gestacional, concentração de beta-hCG, tipo de imagem ultra-sonográfica e dimensão da massa ectópica à ultra-sonografia e avaliar a possibilidade de predição dessa invasão pelos parâmetros estudados. MÉTODOS: realizou-se estudo retrospectivo, entre 1° de janeiro de 2000 a 31 de março de 2004, com 105 pacientes com gestação tubária ampular submetidas à salpingectomia. As imagens ectópicas foram classificadas pelo aspecto ultra-sonográfico em anel tubário, massa complexa e embrião com atividade cardíaca e sua dimensão foi obtida pela medida do maior eixo. Histologicamente a invasão trofoblástica na parede tubária foi classificada em grau I: quando limitada à mucosa da tuba uterina; grau II: até a camada muscular; grau III: invasão de toda a espessura da tuba uterina. RESULTADOS: 29 pacientes tiveram infiltração tubária grau I, 30 pacientes infiltração grau II e 46 pacientes infiltração grau III. Os graus de invasão trofoblástica não estiveram associados à idade gestacional (p = 0,53) nem ao maior diâmetro da imagem à ultra-sonografia (p = 0,43). Os diferentes graus de invasão trofoblástica apresentaram diferença significativa da beta-hCG (p < 0,001). O grau I apresentou valores menores que os graus II e III (p < 0,05) e o grau II valores menores que o grau III (p < 0,05). Houve associação entre o grau de invasão trofoblástica e a descrição do tipo de imagem identificada à ultra-sonografia (p = 0,001). Embrião com atividade cardíaca foi mais prevalente nos casos de invasão grau III. O valor de 2 400 mUI/ml apresentou sensibilidade de 82,8%, especificidade de 85,5%, valor preditivo positivo de 68,6% e valor preditivo negativo de 92,7% (acurácia de 84,8%) para determinar invasão trofoblástica grau I. beta-hCG de 5 990 mUI/ml foi o melhor ponto de corte para predição de invasão trofoblástica grau III: sensibilidade de 82,6%, especificidade de 74,6%, valor preditivo positivo de 71,7% e valor preditivo negativo de 84,6% (acurácia de 78,1%). CONCLUSÕES: Em gestações ampulares, o tecido trofoblástico se desenvolve a partir de sua penetração na parede tubária, a profundidade da penetração do trofoblasto na tuba uterina relaciona-se às concentrações séricas de beta-hCG e ao tipo de imagem ultra-sonográfica, sendo que a concentração sérica da beta-hCG é a melhor preditora da profundidade da invasão na tuba uterina.