Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Ibri, Olivia Leme |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-12072024-180250/
|
Resumo: |
A presente dissertação de mestrado tem como objetivo central analisar e compreender o trabalho dos entregadores de plataformas digitais na metrópole de São Paulo, que utilizam a bicicleta como instrumento de trabalho. Para compreender as novas morfologias do trabalho, como é o caso da chamada uberização ou plataformização do trabalho, retomamos os processos de transformação do modo de produção capitalista, desde o período chamado fordista até o momento em que a reestruturação produtiva do capital condiciona à uma produção que chamaremos de flexível, no período neoliberal. Através da análise das dinâmicas de trabalho e deslocamento dos entregadores, principalmente pela empresa Ifood, pudemos compreender como se dá a cadeia de produção, circulação e consumo da mercadoria oferecida nos aplicativos de delivery - as refeições - no e pelo espaço urbano produzido como mercadoria, cujo conteúdo é a segregação socioespacial. A precarização do trabalho através da transferência de custos e responsabilidades para o trabalhador, bem como a flexibilização de leis trabalhistas que permitem o trabalho sem vínculo empregatício, portanto, sem direitos ou garantias, é reforçada pela gestão algorítmica do trabalho que opera de modo a garantir mecanismos que obrigam o entregador a ser cada vez mais produtivo. Ao mesmo tempo, as empresas se apoiam em discursos neoliberais que disseminam as ideias de empreendedorismo, meritocracia e liberdade para dissimular os conteúdos da exploração. Como contraponto, também analisamos as dinâmicas de trabalho de entregadores que buscam fugir da lógica dos aplicativos de delivery, revelando outras possibilidades e desafios. A pesquisa contou com dois trabalhos de campo, um direcionado para a própria pesquisa, especificamente, que contou com nove entrevistas qualitativas semi-estruturada de entregadores e outro realizado com outros pesquisadores por meio do projeto Zonas cinzentas e território: transformações do trabalho e das condições de vida urbana dos trabalhadores de plataforma: contrapontos e aproximações - Edital de Apoio a Projetos Integrados de Pesquisa em Áreas Estratégicas (PIPAE), que entrevistou de forma mais quantitativa, cerca de 200 entregadores. Como resultado, pudemos revelar a precarização como conteúdo do trabalho, reforçado pela segregação socioespacial, articulando a relação entre espaço urbano e o trabalho por plataformas digitais |