Petrofísica de rochas arenosas da bacia do Paraná para a estocagem e mineralização de CO2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Guzmán, Edwin Leónidas Vargas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/106/106134/tde-19022024-101211/
Resumo: As tecnologias de Captura e Armazenamento de CO2 (CCS) desempenham um papel crucial na mitigação das emissões de CO2 e no cumprimento das metas de descarbonização estabelecidas pelo Acordo de Paris (2015). A Bacia do Paraná, localizada entre Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, é um local promissor para o armazenamento de CO2 devido à sua proximidade com fontes emissoras estacionárias e à presença de diversos corpos arenosos com potencial capacidade de estocagem. Esta pesquisa visa avaliar a viabilidade do armazenamento de CO2 nas formações eopermianas Rio Bonito e San Miguel, desenvolvendo uma análise detalhada das propriedades mineralógicas e petrofísicas dessas formações. Este estudo também inclui uma análise comparativa entre as duas formações, a identificação de camadas de arenito apropriadas para o armazenamento de CO2 e considerações sobre as rochas selantes. A pesquisa identificou quatro camadas de arenito que apresentam as características mais adequadas para o armazenamento de CO2 na Fm. Rio Bonito, especialmente devido à alta porosidade e baixa porcentagem de argila. Destaca-se a camada A do testemunho 2-AA-1-SP (Amadeu Amaral, SP) ao exibir os melhores parâmetros em termos de porosidade (21,32 %) e conteúdo de argila (6,439 %). Da mesma forma, na Fm. San Miguel, dos testemunhos analisados unicamente Ines G-2 (IG-2) (Alto Paraná) apresentou camadas consideradas adequadas para armazenamento, destacando-se a camada C devido à sua alta porosidade (21,69 %), baixo conteúdo de argila (12,623 %) e espessura considerável (27 m). No entanto, em todos os testemunhos, foram identificadas camadas que poderiam ser consideradas candidatas adequadas para a injeção de CO2 em fases que que não exigem profundidades superiores a 800 m. Adicionalmente, foram analisadas 15 amostras do testemunho Mallorquín N° 1 (ML-1) (Alto Paraná, PY), nas quais foram encontrados altos teores de Ca, Th e U e baixos teores de Fe, Ni e K. Isso sugere que, apesar da baixa porcentagem de Fe nas amostras, o alto conteúdo de Ca encontrado poderia garantir a mineralização de CO2 de forma efetiva. Dessa forma, as camadas de arenito localizadas no Brasil e no Paraguai apresentam favorabilidade considerável para o armazenamento de CO2. As camadas paraguaias destacam-se por exibirem espessuras consideráveis para o armazenamento e por estarem localizadas em profundidades mais rasas, o que poderia reduzir significativamente os custos de perfuração, transporte e injeção de CO2. Por fim, verificou-se que as camadas de arenito identificadas nas formações Rio Bonito e San Miguel compartilham características similares com as dos reservatórios geológicos utilizados em projetos internacionais de CCS de sucesso associados à indústria de etanol.