O homem através do Instituto Oscar Freire: história e memória da medicina legal paulista (1902-1944)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Machado, João Denardi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-20012023-155410/
Resumo: A presente pesquisa trata-se de uma análise sociohistórica sobre o Instituto Oscar Freire (IOF) de medicina legal, sobre os agentes, os textos e os processos associados ao espaço institucional em São Paulo, na primeira metade do século XX. Para fundamentar a análise, o primeiro capítulo define os recortes conceituais e historiográficos desse objeto sociohistórico, e propõe o cruzamento metodológico da história social com a micro-história indiciária para compreender a instituição científica entre operações de força e de sentido, no meandro de conexões técnicas, administrativas e sociais coetâneas. A partir desses recortes, o segundo capítulo enfoca na trajetória singular do médico soteropolitano Oscar Freire de Carvalho, em suas relações sociais e intelectuais em Salvador e em São Paulo, através dos fluxos que viabilizaram a institucionalização da medicina legal positivista no Brasil e estipularam as condições para conformação do IOF na década de 1920. Em continuidade, o terceiro capítulo demonstra como se sincronizaram temporalidades de diferentes ritmos e matizes na organização do Instituto, como ali convergiram processos que estabeleceram nexos e fomentaram consensos e galvanizações estruturantes do campo médico legista em São Paulo, tanto na dimensão técnica e conceitual como no âmbito das distinções burocráticas e políticas, entre as décadas de 1920 e 1940. Para finalizar, o quarto capítulo investiga como essa estruturação técnica e social foi plasmada por um conjunto de distinções estéticas e memorialistas exercidas por meio do colecionismo museal e da escrita da história no IOF, que acomodaram os sentidos e as exclusões necessárias a invenção da Escola de Oscar Freire, nas décadas de 1930 e 1940. No trajeto, sublinham-se as diferenças entre uma historiografia crítica da medicina legal, preocupada com as formalizações, disputas e coalizões na conformação das ciências forenses em São Paulo, em oposição a um entendimento memorialista do passado institucional da disciplina, alinhado a uma narrativa mitológica de glórias e de sacrifícios