O baile funk na encruzilhada: uma etnografia dos fluxos de rua na zona sul de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santiago, Luiz Paulo Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-29072024-143948/
Resumo: Nos últimos anos, o funk gênero musical que surge na diáspora negra (Gilroy, 2012 [1993]) se consolidou no cenário artístico-cultural das periferias de São Paulo. Sucesso entre a juventude periférica, os bailes ou fluxos de rua se consagraram como epicentros de manifestação festiva da cultura funkeira. Concebendo esses espaços como lugares privilegiados, com significativa repercussão na cidade, nossa pesquisa de mestrado, desenvolvida entre 2022 e 2023, teve como principal objetivo entender as particularidades conflitivas provocadas pelos fluxos de rua, explorando as perspectivas dos sujeitos sociais envolvidos nesse processo, com especial ênfase nos aspectos simbólicos, materiais e afetivos que constituem o mundo funk (Vianna, 1987) e que acirram os tensionamentos que marcam as relações de alteridade entre os sujeitos envolvidos na cena. Além disso, entre outros questionamentos secundários, questiona-se: que cidade emerge dos modos festivos funkeiros? Para avançarmos na proposta da pesquisa, realizou-se uma etnografia, ideia-mãe da antropologia (Peirano, 2014, p. 380), dos bailes funk de rua. Nossa imersão etnográfica se deu em três bailes distintos, todos localizados na zona sul de São Paulo, a saber: o famoso baile da Dz7, em Paraisópolis, com intenso intercâmbio no baile do Bega, outro fluxo de rua localizado naquela região; o baile do Capelinha, que ocorre na praça do Capelinha, localizada no bairro do Jardim Capelinha; e, por fim, o baile da 2, que acontece na comunidade Fim de Semana, no Parque Santo Antônio. De modo geral, esta dissertação, dividida em duas partes, apresenta, por meio das umbrellas, da paisagem sonora funkeira e da prática do grau, a ocupação estética dos fluxos de rua, dando destaque para as contradições, ambiguidades e os desdobramentos conflitivos que resultam desta ocupação, sobretudo a disputa política que se estabelece na arena pública quando este conflito localizado se amplia para o restante da cidade. Em suma, conclui-se que a cartografia funkeira espalhada pelo contexto urbano interpela de diversas maneiras a vida cotidiana na cidade