O discurso das parcerias público-privadas e a invenção do negócio para implantação e operação do sistema metroviário da região metropolitana de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Novaski, Mariana Araujo de Matos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-28042021-103453/
Resumo: Nas últimas décadas a Parceria Público-Privadas (PPP) tem sido vendida como a única alternativa viável para ampliar a rede metroviária de São Paulo, atividade até então realizada exclusivamente pelo ente público na figura da Companhia do Metropolitano de São Paulo-METRÔ. Fundado em 1968, o METRÔ surgiu como uma empresa com alto desenvolvimento tecnológico, responsável pela provisão de um sistema de transporte de qualidade. Entretanto, o discurso de viés neoliberal sobre o qual se sustentam as PPPs tem se tornado cada vez mais presente. Esse discurso se articula sobre o argumento de que o envolvimento do capital privado é imprescindível para a expansão da malha e para a manutenção do nível de serviço esperado. O objetivo deste trabalho é entender como se estabeleceram as PPPs no setor metroviário de São Paulo e, mais especificamente, analisar a constituição e a sustentação dos argumentos que buscam legitimar o referido discurso, bem como as suas contradições. Sob inspiração das ideias da Análise Documental, Análise de Conteúdo e Análise de Discurso, avalia-se a evolução narrativa dos relatórios administrativos do METRÔ, de estudos de viabilidade econômicofinanceira e de editais e contratos de concessão. Conclui-se que a criação de um novo nicho de mercado ao setor privado por meio das PPPs foi possível graças ao esforço do Estado - articulado às demandas do setor privado e das agências multilaterais -, empreendido nas últimas décadas na formação das bases ideológicas, normativas, econômicas, financeiras e políticas. Tal esforço possibilitou a formulação de contratos de concessão atrativos ao setor privado, porém conflitantes ao interesse público.