Rentabilidade da produção de frango de corte sob contratos de integração vertical em Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: Araújo, Maria da Piedade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20191108-105845/
Resumo: Nesta pesquisa fez-se o levantamento da participação e distribuição geográfica dos produtores de frango de corte integrados contratualmente no total da produção do estado de Minas Gerais. Analisou-se também a viabilidade econômica dos contratos de integração vertical, práticos na avicultura de corte daquele Estado sob condições de risco. Foram analisados quatro contratos, aqui denominados A, B, C, e D, para um galpão padrão de 1.200 m2, com capacidade de alojar até 14.000 aves, utilizando como variáreis sujeitas a risco: peso médio, conversão alimentar, ganho de peso diário, mortalidade e preço do quilo de frango vivo cotado pela Associação Paulista de Avicultura (APA), combinadas diferentemente em cada fórmula de remuneração. Dada a grande importância da cama de frango neste sistema de produção, a avaliação do investimento foi feita com três diferentes valores para a mesma com o objetivo de avaliar a sensibilidade do projeto a variações no valor da cama de frango, considerando o mesmo nível tecnológico. Na avaliação econômica, utilizou-se a taxa interna de retorno (TIR) e, para a incorporação de análise de risco , foi empregado o método de simulação de Monte Carlo. Quanto à representatividade da produção sob coordenação contratual, verificou-se que, apesar de apenas 41,26% da produção ser conduzida sob este sistema, ele agrega 67,32% dos produtores do Estado. Percebeu-se que existe um consenso quanto à tendência de um aumento da produção sob coordenação contratual. A produção sob este sistema está concentrada nas regiões da Zona da Mata, Triângulo Mineiro e Centro, com predominância das duas primeiras, agregando 87,24% do total de produtores integrados. A análise dos contratos revelou que não existem muitas diferenças nas cláusulas contratuais, a não ser na forma como as empresas determinam o preço a ser pago ao produtor. Existe um consenso quanto aos motivos que levaram estas empresas a adotarem este sistema de produção, sendo de forma resumida os seguintes: tendência de mercado, padronização das carcaças, matéria prima assegurada e homogênea, redução da necessidade de investimento e gastos operacionais. As exigências feitas aos produtores ao se integrarem dizem respeito principalmente à distância da granja ao abatedouro e/ou fábrica de ração, bem como galpões devidamente equipados, com exigência mínima de capacidade de alojamento de 6.000 aves, para várias empresas e mínima de 18.000 frangos, para apenas uma delas. Mostra-se com isto a possibilidade de participação de produtores com pequena capacidade de alojamento. Quanto à análise econômica dos contratos, o processo de simulação revelou taxas internas de retorno variadas, havendo, no entanto, nos casos dos contratos B, C e D, uma concentração no intervalo de 16,89 a 19,89% ao ano, quando avaliados com o valor médio para a cama de frango. Para o caso do contrato A, os resultados concentraram-se no intervalo de 12,5 a 13,5% ao ano. Para todos os contratos, o projeto mostrou-se muito sensível a variações no valor da cama de frango. Feita a simulação tomando-se como nulo o valor da cama de frango, todos os contratos revelaram projetos inviáveis economicamente. Os resultados da simulação mostraram que mesmo sob condições de risco, e levando-se em consideração apenas o valor médio para a cama de frango, em maior ou menor grau, os contratos garantem aos produtores uma atratividade para o capital investido, e que, apesar das diferenças matemáticas das fórmulas de remuneração, em três contratos, a taxa interna de retorno concentrou-se praticamente nos mesmos intervalos. Isto revela que, mesmo utilizando-se de práticas como, por exemplo, pagamento de gás e apanha de frango, nos contratos B e C e pagamento do fundo de depreciação, no contrato D, as diferentes fórmulas de remuneração geram praticamente as mesmas taxas internas de retomo. Apenas o contrato A, diferenciou-se significativamente dos demais. De maneira geral, os resultados revelaram que a viabilidade do investimento independente do contrato e fórmula de remuneração a que estão submetidos os produtores integrados, está intimamente relacionada ao valor que será conseguido pela venda da cama de frango.