A gastronomia como mediação comunicacional à ação dos movimentos sociais: o caso da @CozinhaOcupacao9deJulho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Barbosa, Sara Carolina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27164/tde-26112024-150048/
Resumo: Esta pesquisa aborda o processo de produção de sentido nas práticas de consumo alimentar a partir do ativismo alimentar e em interseção com o consumo político desde uma perspectiva comunicacional. O objetivo geral é compreender como são construídas experiências de diálogo entre as lógicas de consumo e as práticas ativistas considerando os discursos produzidos na rede social Instagram. Busca-se a partir do perfil @CozinhaOcupacao9deJulho discutir como o consumo pode configurar-se como um lugar de trânsito para o engajamento em pautas de caráter ativista. Utiliza-se, enquanto teoria operadora do discurso, a Semiótica Francesa (Greimas, 1966, 2002, 2014; Greimas; Courtés, 1979) e seu desdobramento no semissimbolismo (Floch, 1986, 2001) considerando os efeitos de sentido que emergem a partir da narratividade e do caráter estésico do discurso. Além disso, utiliza-se também o Mapa das Mediações Comunicativas da Cultura (Martín-Barbero, 2021) a partir da mediação das lógicas de consumo e submediações da tecnicidade e institucionalidade. A amostra analisada contou com quatro diferentes trechos do feed do perfil de Instagram em questão, retratando a intensa participação de chefs na ocupação. Os resultados da análise semiótica apontam que o perfil integra categorias plásticas e semânticas para promover a própria ocupação a partir da gastronomia. A partir da construção de sentidos que remetem ao valor de abundância, o perfil move-se em dois eixos de modalidade: o querer (vontade) e o saber (racionalidade), a partir da construção de um simulacro da festa popular. À medida que esse discurso, que se configura pelo consumo gastronômico e pelo devir do Instagram, confere uma autoridade simbólica para a Ocupação 9 de Julho, esta se forma como um ator político e é beneficiada em seus interesses. Deste modo o consumo não se configura como político em si, mas como um lugar articulador para a organização social em torno de pautas de interesse público.