Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos, João Luís Lemos de Paula |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-22112023-192618/
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Resumo: |
Esta dissertação investiga a trajetória da cafeicultura em Guaratinguetá, município do Vale do Paraíba no Estado de São Paulo, com ênfase para suas características e processos de mudança no período Pós-Abolição da escravidão. Para tanto, realizamos um balanço da historiografia sobre a cafeicultura no Vale do Paraíba; apresentamos as características históricas e geográficas da localidade e as condições do mercado mundial; discutimos a evolução da produção cafeeira em Guaratinguetá ao longo das décadas; analisamos a rede fundiária e as transformações nas relações de trabalho particularmente no período Pós-Abolição; e, por fim, esboçamos uma discussão a respeito das estratégias adotadas pelos cafeicultores e pelos trabalhadores pobres frente à crise do sistema agrícola. Tivemos como base uma ampla gama de fontes documentais, tais como: os recenseamentos paulistas do século XIX; os Anuários Estatísticos do Estado de São Paulo (1894 - 1906); o Censo Agrícola de São Paulo (1904-1905); o boletim O Café da Secretaria de Agricultura de São Paulo; jornais e atas de Câmara de Guaratinguetá; entre outros. Foi possível identificar que Guaratinguetá conteve uma dinâmica específica na cafeicultura em relação a outras áreas do Vale do Paraíba, mantendo uma tendência ascendente em sua produção cafeeira até o final da década de 1890 embora adquirisse paulatinamente as características de uma área de menor produtividade. Neste contexto, a rede fundiária de Guaratinguetá mantinha uma forte concentração de terras no início do século XX, com a maior parte da produção de café mantida nas médias e grandes propriedades e nos latifúndios, ainda que houvesse um número expressivo de pequenos produtores e que estivesse em curso um processo de fragmentação da propriedade da terra. Ao mesmo tempo, o fim da escravidão demarca a sustentação de novos arranjos nas relações de trabalho, crescendo a importância do sistema de parceria e da mobilização sazonal e temporária de trabalhadores pobres. Mesmo com as crescentes dificuldades, muitos produtores continuaram apostando na cafeicultura, que permaneceu como principal atividade econômica em Guaratinguetá nas primeiras décadas do século XX, ao passo em que ocorreram tentativas de diversificação de atividades especialmente no contexto urbano. O declínio da cafeicultura demarcou um novo padrão de relação entre Guaratinguetá e o mercado mundial, configurando uma área de pouco dinamismo econômico e grandes desigualdades sociais. |