Relações entre atividade física, corpo e imagem corporal entre universitários da Argentina, Brasil, Estados Unidos da América e França

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Aline Cavalcante de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-02082017-153802/
Resumo: Introdução: Ao corpo são atribuídos diversos significados e a imagem corporal é influenciada por múltiplos fatores. Jovens universitários constituem um grupo vulnerável aos ideais de aparência corporal, e podem buscá-los por meio de exercícios físicos, dietas, restrições alimentares e cirurgias plásticas, com consequências adversas. Objetivo: Avaliar a relação entre atividade física, relação com corpo e imagem corporal entre universitários, e verificar como estes construtos se relacionam e se diferenciam entre quatro países em ambos os sexos. Método: A amostra incluiu 1.695 universitários de ambos os sexos, da Argentina (n=304), Brasil (n=583), França (n=441) e EUA (n=367), que responderam a um questionário online com questões sociodemográficas, estado nutricional, atividade física, imagem corporal, cirurgia plástica e atitudes alimentares. Na avaliação do efeito do país, do sexo, da razão para exercício e do estado nutricional sobre as demais variáveis, utilizaram-se modelos lineares generalizados; enquanto a avaliação da associação de variáveis categóricas nominais foi feita por meio de teste de Qui-quadrado (X2) de Pearson. Resultados: A saúde foi apontada como principal razão para exercício entre argentinos (=40,2 por cento ; =52 por cento ), brasileiros (=36,4 por cento ; =29,1 por cento ) e estadunidenses ( = 52,1 por cento ; =48,8 por cento ) de ambos os sexos; entre os franceses, a saúde foi mais frequente para as mulheres (43,4 por cento ), e a diversão para os homens (38,3 por cento ). Independente do país, ser do sexo feminino determinou piores atitudes alimentares, como dietas (p<0,001), vômitos (p<0,001), e maior insatisfação corporal (p<0,001) mais de 80 por cento das mulheres e dos homens apresentaram insatisfação corporal: desejando formas corporais menores (=88,5 por cento ; =52,9 por cento ) ou maiores (=11,5 por cento ; =47,1 por cento ). Ser mulher também determinou maior escore para restrições alimentares (pior na Argentina, p<0,001) e maior preocupação com excesso de peso (pior no Brasil, p<0,05); enquanto ser do sexo masculino determinou desejar peso e imagem corporal maiores. O país foi determinante para a frequência semanal de atividade física, preocupação com a rotina de exercícios (maiores nos EUA, p<0,001), restrições e compulsões alimentares [maiores escores na Argentina (p<0,001) e na França (p<0,001), respectivamente]. No Brasil, houve maior possibilidade de aderir a uma cirurgia plástica (p<0,001), maior média de anos de vida que abria mão por um corpo ideal (p<0,05) e maior preocupação com a comida e a aparência (p<0,05). Discussão: Embora a saúde tenha sido a resposta mais frequente para se exercitar, verificaram-se atitudes disfuncionais para com a alimentação, o corpo e exercício. As atitudes alimentares foram piores entre as mulheres, enquanto a relação com o corpo/aparência e atividade física parece ser mais influenciada pelos países. Conclusão: Houve bastante semelhança quanto às atitudes alimentares disfuncionais e insatisfação corporal para os jovens dos quatro países a maior diferença foi o sexo. Já os significados e importância dados à atividade física e aparência corporal apresentaram mais diferenças culturais, sendo os estadunidenses os que mais valorizam a rotina de exercícios, e os brasileiros os que mais consideram realizar cirurgias plásticas. Estes resultados evidenciam a importância de um olhar mais amplo por parte dos nutricionistas e profissionais de saúde quanto à alimentação, atividade física e ao corpo bem como considerar possíveis diferenças entre homens e mulheres, e entre culturas