Reconstrução do ligamento patelofemoral medial com o terço medial do tendão patelar no tratamento da instabilidade recidivante da patela: resultados a médio e longo prazo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Kupczik, Fabiano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-05022021-144214/
Resumo: INTRODUÇÃO: A instabilidade recidivante da patela (IRP) é uma disfunção relativamente frequente na articulação do joelho e sua etiologia é multifatorial. O ligamento patelofemoral medial (LPFM) é considerado o principal estabilizador estático da patela e, atualmente, sua reconstrução é o procedimento mais realizado no tratamento cirúrgico da IRP. Porém, como este método foi descrito mais recentemente, a maioria dos relatos apresenta acompanhamento somente a curto e médio prazo e ainda há controvérsias sobre a influência dos fatores predisponentes e do posicionamento do túnel femoral nos resultados. A análise destas variáveis a longo prazo é importante, visto que erros técnicos podem estar diretamente relacionados a piores resultados funcionais, recidivas e evolução para degeneração articular. OBJETIVOS: Avaliar a taxa de recidiva, os resultados funcionais e a ocorrência de osteoartrose patelofemoral a médio e longo prazo em pacientes submetidos a reconstrução isolada do LPFM com enxerto do terço medial do tendão patelar e analisar a correlação com gênero, idade, tempo de acompanhamento, altura patelar, displasia da tróclea femoral, lesão condral pré-existente e posicionamento do túnel femoral. MÉTODOS: Série de casos com sessenta e nove pacientes (oitenta e seis joelhos) submetidos a reconstrução isolada do LPFM com enxerto autólogo do terço medial do tendão patelar. Todas as cirurgias foram realizadas pelo mesmo cirurgião entre 2004 e 2016 e o tempo médio de acompanhamento foi de 72,2 ± 37,5 meses (mínimo de 24 e máximo de 163 meses). A avaliação funcional foi realizada por meio da taxa de recidiva e do questionário de Kujala. A avaliação radiográfica incluiu a análise do posicionamento do túnel femoral pelo método de Schöttle modificado, a altura patelar pelo índice de Caton-Deschamps, a displasia da tróclea femoral pela classificação de Dejour e a osteoartrose patelofemoral pela classificação de Iwano. A lesão condral pré-existente foi graduada conforme a classificação de Outerbridge. A análise estatística uni e multivariada correlacionou as variáveis com os resultados de Kujala e a osteoartrose patelofemoral. Valores de p < 0,05 indicaram significância estatística. RESULTADOS: A idade média foi de 26,1 ± 8 anos e o sexo feminino correspondeu a 68,1%. Não houve recidivas. O valor médio de Kujala foi de 77,7 ± 18,2 e todos os pacientes estavam melhores na avaliação final. Na análise estatística, os resultados de Kujala tiveram associação significativa positiva com o maior tempo de acompanhamento (p=0,043) e foram estatisticamente menores nos tipos mais graves (B e C) de displasia da tróclea femoral (p=0,022). Não houve relação significativa entre os resultados de Kujala e as demais variáveis. A ocorrência de osteoartrose patelofemoral foi de 16,3% (grau 1, 11,6%; 2, 3,5%; 3, 1,2%) e teve correlação estatisticamente significante com os tipos mais graves (B e C) de displasia da tróclea femoral (p=0,004). Não houve relação significativa entre a ocorrência de osteoartrose patelofemoral e as demais variáveis. CONCLUSÕES: Este estudo demonstrou que a reconstrução isolada do LPFM com o terço medial do tendão patelar estabilizou a articulação patelofemoral e apresentou resultados funcionais satisfatórios, sem recidivas e sem progressão significativa para osteoartrose patelofemoral a médio e longo prazo. Contudo, os tipos mais graves (B e C) de displasia da tróclea femoral tiveram correlação estatisticamente significante com os piores resultados funcionais e com a ocorrência de osteoartrose patelofemoral