Radiação solar, desenvolvimento e produção de palmitos de pupunha (Bactris gasipaes H.B.K.) em sistemas agroflorestais na Amazônia Ocidental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Moraes, Cássia Regina de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-20200111-153846/
Resumo: Sistemas agroflorestais (SAFs) podem apresentar vantagens em crescimento e produtividade em relação ao monocultivo, devido à seu efeito protetor do solo e do ambiente, especialmente na Amazônia onde a fertilidade é restritiva. A pupunheira (Bactris gasipaes H.B.K.) tem sido plantada na Amazônia sob inúmeros sistemas agroflorestais com sucesso. Entretanto, pouco se sabe a respeito das interações biofísicas nesses sistemas. O objetivo do presente trabalho foi de identificar o efeito da radiação no desenvolvimento e produtividade da pupunheira e de adaptar um modelo matemático para estimar a disponibilidade de radiação para essa cultura em SAFs. Um experimento em blocos ao acaso foi conduzido em Manaus - AM, Brasil, de Março de 1999 até Agosto de 2000, Latossolo Amarelo textura muito argilosa. Pupunheiras para produção de palmito foram plantadas sob três tratamentos: i) em sistema agroflorestal com seringueiras (Hevea spp.), pupunheiras para produção de frutos e cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum) (SAF1); ii) em sistema agroflorestal com pupunheiras para produção de frutos, cupuaçuzeiro, castanheiras do Brasil (Berthollelia excelsa) e urucum (Bixa orellana) (SAF2) e em monocultivo (testemunha). A pupunheiras foram cortadas para produção de palmito a cada 4 meses, aproximadamente. Em cada colheita, as plantas de palmito foram avaliadas em termos de: número de perfilhos e folhas, massa da matéria seca de folhas e total acima do solo, IAF, altura das plantas e diâmetro da copa. A produção de palmito foi avaliada em termos de número de palmitos por planta e seu diâmetro, comprimento e peso fresco. As árvores vizinhas às pupunheiras foram avaliadas em termos de altura de planta, comprimento e diâmetro de copa. A irradiância relativa atingindo a copa das pupunheiras (I%=Ir/Io) foi estimada com um modelo matemático. Os resultados mostraram um maior crescimento e IAF das pupunheiras em monocultivo que nos SAFs, sem diferenças entre SAF1 e SAF2. A produção de palmito por planta foi similar entre os tratamentos. Pequenas diferenças nessas variáveis ocorreram em certas épocas de colheita, entre tratamentos. Devido ao maior número de pupunheiras por área, no monocultivo, a produtividade por área foi maior nesse tratamento. O número de folhas e de perfilhos foi maior nas colheitas de Dezembro de 1999 e Junho de 2000, provavelmente, devido à radiação solar mais intensa durante os períodos prévios a estas duas colheitas, apesar das limitações de água que ocorreram nessas ocasiões. IAF foi menor em Agosto de 1999 e maior em Dezembro de 1999. Por outro lado, a produção de palmito por planta foi menor em Agosto de 1999 e Dezembro de 1999, devido à redução na temperatura e na precipitação pluviométrica nos períodos prévios à essas duas colheitas. Houve uma relação inversa entre crescimento, especialmente da área fotossintetizante, expressa pelo número de folhas e de perfilhos e IAF, e a produção de palmito. Entretanto, maiores áreas foliares para captura de radiação, durante certo período, resultam em maior produtividade no período de rebrota subsequente como uma conseqüência da acumulação de reservas. Os resultados do modelo de irradiância demonstraram que a variação em crescimento e produção por pupunheira é devida a mudanças na disponibilidade de radiação para essa cultura.