Análise comparativa de desfechos clínicos do transplante de cordão umbilical vs. transplante haploidêntico e otimização dos critérios de seleção de unidades de cordão umbilical para transplante de células-tronco hematopoiéticas em pacientes com doenças hematológicas malignas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Fatobene, Giancarlo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5167/tde-02022024-161801/
Resumo: Muitos pacientes com neoplasias hematológicas de alto risco necessitam de transplante de células-tronco hematopoiéticas alogênico como estratégia de remissão em longo prazo. Para candidatos a transplantes sem doadores aparentados ou não-aparentados HLA-compatíveis, o transplante aparentado haploidêntico com ciclofosfamida póstransplante (Haplo-CPT) e sangue de cordão umbilical (SCU), especialmente transplante de duplo cordão (TDC) em adultos, são opções igualmente válidas e de amplo uso. No entanto, a comparação entre esses dois tipos de doador no contexto de condicionamento não-mieloablativo em pacientes com linfoma não era conhecido no momento da proposição da presente tese. Tampouco eram bem estabelecidos critérios de seleção de unidades de SCU para TDC com o intuito de otimizar os desfechos pós-transplante. Para responder a essas questões, fizemos análises retrospectivas usando os registros Eurocord/EBMT e CIBMTR. Comparando desfechos de receptores adultos com linfoma entre doador Haplo (N=526) e transplante de SCU (N=214) de 2009 a 2016, sobrevida global (SG) foi menor com transplante de SCU comparado a Haplo-CPT medula óssea (MO) e de sangue periférico (SP) (Razão de risco [RR] 1,55, P=0,001; e RR 1,59, P=0,005, respectivamente), em razão de maior mortalidade relacionada a transplante (MRT) em SCU. Com o intuito de otimizar os resultados de TDC, fizemos uma análise para determinar critérios otimizados para seleção de unidades SCU para 1.375 pacientes com neoplasias hematológicas malignas transplantados entre 2006 e 2017. Células nucleares totais (CNT, 3,5 vs. > 3,5x107/kg, RR 1,53, P=0,01), número de mismatches HLA em menor resolução ( 2 vs. 0-1, RR 1,28, P=0,01) e número de células CD34+ da unidade vencedora ( 0,7 vs. < 0,7x107/kg, RR 1,34, P=0,03) foram fatores preditivos independentes para SG. Por fim, determinamos o papel de HLA de alta resolução em 963 receptores adultos de TDC com neoplasias hematológicas malignas entre 2006 e 2019. Pacientes cujo enxerto tinha 3 mismatches alélicos (5/8) tiveram maior SG (RR 1,40, P=0,005) e menor MRT (RR 1,54, P=0,002) que aqueles com 4 mismatches alélicos (4/8). Em resumo, nossos dados favorecem doador haploidêntico em comparação a SCU em pacientes com linfoma recebendo transplante não-mieloablativo. No TDC em neoplasias hematológicas, desfechos superiores são obtidos ao selecionar unidades de SCU com até 3 mismatches HLA alélicos, CNT > 3,5x107/kg (unidades combinadas) e dose de células CD34+ 0,7x105/kg (por unidade)