Predição de infecção clinicamente relevante por citomegalovírus utilizando o teste Quantiferon-CMV em receptores de transplante renal CMV-soropositivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Reusing Junior, José Otto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-08052023-170032/
Resumo: A prevenção de doença por citomegalovírus (CMV) após o transplante renal (TR) é cara e de difícil logística. Apesar da utilidade promissora para estratificação de risco, o QuantiFERON-CMV® (QFCMV) não tem sido adotado na prática clínica. O QFCMV mede o interferon- liberado das células CD8+ após estimulação com peptídeos relacionados ao CMV; o teste reagente indica presença de imunidade celular específica contra o CMV. Neste estudo de coorte prospectivo, testamos a associação do QFCMV e variáveis clínicas com a ocorrência de um evento CMV clinicamente significante (doença por CMV ou viremia assintomática com necessidade de tratamento CMV-CS) no primeiro ano pós-transplante. A coorte foi composta por 100 receptores adultos de TR, CMV IgG+, que receberam indução com basiliximabe e mantidos sob corticosteróide, micofenolato e tacrolimo. A prevenção utilizada foi a terapia preventiva com monitoramento semanal do CMV (dias 14-98) e então quinzenal (dias 100-180). 39 pacientes desenvolveram CMV-CS (doença por CMV=10, viremia assintomática=29). O resultado não-reagente ou indeterminado do QFCMV do dia 30 (mas não do QFCMV pré-transplante) foi associado a CMV-CS. A utilização de um valor de corte de QFCMV mais alto para reatividade (>1,0 UI/ml) superou o corte da fabricante (>0,2 UI/ml) para prever proteção contra CMV-CS. QFCMV do dia 30, idade do receptor e tipo de doador compuseram um modelo de predição simplificado para CMV-CS; essas variáveis em sua forma contínua mais a contagem de células CD8+ do dia 30 constituíram um modelo de predição principal. Ambos os modelos mostraram boa capacidade discriminativa ponderada e valor preditivo negativo de 93% e 95% para CMV-CS, respectivamente. Aplicando o modelo simplificado para orientar a decisão de prevenção, 42% de nossa coorte poderia ser seguida sem monitoramento de CMV, decisão que implicaria a ocorrência de 3 casos não previstos de evento CMV-CS. Esses modelos de predição com QFCMV poderiam identificar pacientes soropositivos sob indução com basiliximabe a serem poupados de medidas preventivas de CMV, contribuindo assim para a redução de custos e direcionando a prevenção aos indivíduos de maior risco