Avaliação funcional das habilidades de comunicação - ASHA FACS para população com doença de Alzheimer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Carvalho, Isabel Albuquerque Maranhão de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-18042007-085908/
Resumo: INTRODUÇÃO: Desde o início da doença de Alzheimer (DA), alterações de linguagem comprometem o engajamento, o exercício da vida social do indivíduo e, têm impacto em sua independência. A informação sobre essas alterações contribui para a caracterização do diagnóstico da doença. A limitação da capacidade de comunicação funcional, ou seja, a capacidade de emitir e compreender uma mensagem de maneira independente e eficiente em resposta à demanda do cotidiano, é uma das queixas mais importantes de familiares e cuidadores, daí a necessidade de se disponibilizar instrumento, em língua portuguesa, que avalie a comunicação, em contexto natural, para fins de diagnóstico e de acompanhamento de indivíduos acometidos. O objetivo deste estudo foi validar a escala de Avaliação Funcional das Habilidades de Comunicação - ASHA FACS para uso na população brasileira. A ASHA FACS é composta pelos domínios: Comunicação Social, Comunicação de Necessidades Básicas, Leitura, Escrita e Conceitos Numéricos, e Planejamento Diário. MÉTODOS: Foram realizadas a tradução e a adaptação da escala. Foram examinados 32 idosos com DA leve, 25 com DA moderada e 51 idosos sem demência. Os idosos com DA e os controles responderam ao Miniexame do Estado Mental (MEEM), à Escala Geriátrica de Depressão (GDS) e à Escala de Avaliação de Doença de Alzheimer (ADAS-cog). A ASHA FACS foi respondida pelo familiar/cuidador, tendo sido pesquisadas a consistência interna da escala, sua reprodutibilidade inter e intra-examinadores e a validade de critério, pela correlação com o MEEM e com a ADAS-cog, bem como a sensibilidade e a especificidade. Foi examinado o efeito da idade e da escolaridade no desempenho funcional da comunicação. O passo seguinte foi aplicar o instrumento em condições clínicas, com o intuito de detectar indivíduos com DA e estadiar as alterações de comunicação nas fases leve e moderada. RESULTADOS: Análises estatísticas indicaram que a ASHA FACS tem ótima consistência interna (alfa de Cronbrach = 0,955), ótima confiabilidade teste-reteste (coeficiente de correlação interclasse [ICC] = 0,995; p < 0,001) e interexaminadores (ICC = 0,998; p < 0,001), e ótima validade de critério ao ser correlacionada tanto com o MEEM como com a ADAScog. A escala ASHA FACS apresentou valores de sensibilidade (81,4%) e de especificidade (84,3%) considerados bons, já que se trata de avaliação ecológica ampla. Verificou-se que a variável escolaridade interfere no desempenho funcional da comunicação dos idosos saudáveis e com DA, mas o aumento da idade não tem a mesma influência nos dois grupos. A pontuação total da ASHA FACS diferenciou idosos saudáveis dos com DA leve e estes dos que apresentavam DA moderada. Os domínios que melhor diferenciaram os três grupos foram os de Comunicação Social e Planejamento Diário. CONCLUSÕES: A escala ASHA FACS, versão em Português, é válida e confiável para verificar alterações de comunicação em pacientes com DA, útil para fins diagnósticos e estadiamento de alterações ao longo da doença, tendo como objetivo o tratamento dos pacientes e a orientação aos familiares e cuidadores. A ASHA FACS vem preencher importante lacuna de indicadores de eficácia para intervenções fonoaudiológicas em nosso meio.