A experiência afrodiaspórica em Luedji Luna: construção identitária e indústria fonográfica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silvio, Bruna Favaro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-10052024-090822/
Resumo: A cantora e compositora baiana Luedji Luna lançou seu primeiro álbum em 2017 e, desde então, tem se destacado no universo da música brasileira. Partindo do princípio de que as manifestações artísticas, também na condição de mercadoria, revelam os valores da sociedade nas quais foram produzidas, esta pesquisa buscou reconhecer traços da identidade do negro diaspórico na obra musical da compositora baiana Luedji Luna. Tanto nos temas e diálogos reconhecíveis em suas canções quanto nos aspectos típicos da indústria fonográfica da segunda década do século XXI que envolvem a produção e circulação de seus álbuns é possível vislumbrar o lugar identitário ocupado e disputado pelo negro fruto da diáspora africana em um Brasil caracterizado como pós-Iluminista e moderno, mas com fortes traços escravocratas. Para isso, em termos estéticos, foram analisadas sete canções da artista a partir da concepção bakhtiniana de bivocalidade, ressaltando a multiplicidade de vozes e o intenso dialogismo de suas músicas. Em termos sociotécnicos, foram caracterizadas as etapas ligadas ao mercado fonográfico financiamento, produção, distribuição e difusão de modo a reconhecer as interdições provenientes da condição de mercadoria em um contexto capitalista neoliberal, bem como os deslocamentos operados pela artista nesse cenário. Por último, em termos macroestruturais, foi traçado um panorama da construção identitária do negro diaspórico no Brasil a partir dos apagamentos inerentes à concepção moderna de nação e nacionalidade, evidenciando o quanto a globalização promoveu, como efeito colateral da desterritorialização, o fortalecimento de discursos identitários como os da artista.