A ética protestante e a contribuição da Escola Americana e do Mackenzie College para a formação da norma culta da língua portuguesa em São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira Filho, Enedino Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-30082021-175738/
Resumo: Nesta dissertação, analisamos orações infinitivas preposicionadas (OIP\'s) produzidas pela Escola Americana / Mackenzie College de São Paulo entre os anos de 1889 e 1923, observando a posição dos clíticos pronominais e comparando-a com aquela usada por outras comunidades linguísticas. O objetivo desta análise é conferir de qual norma de colocação pronominal a comunidade Mackenzie, recém- instaurada no Brasil, se aproximava, a saber, as normas linguísticas do português europeu (PE), do português vernacular brasileiro (PVB), do português republicano (PEPR) ou do português literário brasileiro (PLB) em uso por outros grupos já existentes nessa cidade. A partir de preceitos teóricos de áreas como a história social da língua portuguesa, da sociolinguística variacionista e da sociolinguística histórica, analisamos a predominância da ênclise em OIP\'s nos documentos produzidos pelo Mackenzie, dado que esse tipo de colocação pronominal era considerado prestigiado pela elite letrada brasileira na virada do século XIX para o XX. Além disso, foi imprescindível construir um panorama histórico, social e cultural que envolvesse tanto a comunidade Mackenzie quanto o contexto no qual ela estava inserida, assim como suas origens para verificarmos como seus ideais religiosos e políticos influenciavam suas escolhas linguísticas. Partimos, pois, da Reforma protestante do século XVI, passando pela Contrarreforma, Protestantismo estadunidense, Catolicismo brasileiro, inserção do protestantismo no Brasil, para chegarmos na constituição do ethos mackenzista, através de alguns processos de referenciação e estratégias argumentativas verificados em seus escritos. Finalmente, concluímos que o padrão de colocação dos clíticos pronominais em OIP\'s se assemelha ao dos literatos brasileiros (PLB), demonstrando que o projeto mackenzista optou por um modelo de língua local e atual, sobretudo para compor o cânone escolar e para constituir a norma culta da língua portuguesa paulistana de então.