Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Barbosa, Simony Leite |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7143/tde-04112024-171437/
|
Resumo: |
Introdução- Até o ano de 2050, espera-se que a população mundial com 60 anos ou mais chegue a 2 bilhões , é estimado que aproximadamente 125 milhões de pessoas terão 80 anos ou mais. A adoção a Terapia antiretroviral (TARV), fez com que muitos dos idosos vivendo com HIV/Aids sobrevivessem às ondas iniciais da doença, porém, verifica-se que os diagnósticos positivos continuam ocorrendo assim como em Caraguatatuba, sabe-se que, a chegada da temporada, nas cidades litorâneas, triplica a população local, sendo apontada de forma recorrente em estudos sobre locais turísticos,ficando vulnerável para o aumento das infecções sexualmente transmissíveis (IST).Objetivos - Verificar as condições de vida, saúde e enfrentamentos de idosos vivendo com HIV/Aids em Caraguatatuba. Conhecer o perfil socioeconômico e demográficos dos idosos vivendo com HIV/Aids.Verificar as condições de vida e saúde de idosos vivendo com HIV/Aids, diagnosticados antes e após 60 anos.Método- Estudo quantitativo, analítico, prospectivo, com idosos de 60 anos e mais, que aceitaram participar do estudo e que frequentem as Unidades de Atendimento a Moléstias Infectocontagiosas (UAMI) do município de Caraguatatuba. Foi realizada a identificação dos idosos através da unidade de saúde, após o qual, o pesquisador solicitou, via contato telefônico ou agendamento para entrevista no domicílio, ou por ocasião da sua consulta, ou retorno no serviço de saúde. Após estes procedimentos, foi aplicado o questionário em um local que manteve- se a privacidade do idoso e medidas sanitárias. Resultado e discussão- No período de outubro a dezembro de 2020, em decorrência da pandemia do Covid -19, foi possível entrevistar 60 idosos, com idade entre 60 e 76 anos, sendo 60% do sexo masculino, semelhantes a dados da literatura, 33,3% dos idosos tinham mais de 8 anos de escolaridade e 11% nível superior, 60% eram separados/solteiros, situação mais frequente no sexo masculino, no sexo feminino houve maior número de casadas e viúvas. Quase metade dos idosos 41,7% moravam sozinhos, 71,7% se diziam cristãos, o que talvez tenha influenciado nos seus enfretamentos à doença. A renda média se concentrou em um salário-mínimo, talvez porque 71,7% dos idosos eram aposentados e pensionistas, da mesma forma 96,7% utilizam o SUS, para os atendimentos à saúde. Quanto as condições de vida e saúde de idosos vivendo com HIV/Aids ,encontramos que possuem poucas comorbidades, sendo a mais frequente a (HAS) Hipertensão arterial isolada ou associada a Diabetes Mellitus totalizando 46,6%, Neste grupo 63,4 % percebem a sua saúde como boa ou muito boa e somente 6,6% a consideram ruim ou muito ruim. A atividade sexual das mulheres 70,8% iniciou entre a faixa etária dos 16 aos 20 anos, ainda que uma parcela significativa de 20,8% tenham iniciado na faixa etária de 10 a 15 anos, os homens 50% tiveram início de 10 a 15 anos, 47,2% de 16 a 20 anos.Todas as mulheres foram diagnosticadas com HIV positivo antes dos 60 anos, já os homens 16,7% ocorreram após os 60 anos. Quanto a orientação sexual das mulheres, todas se declaram heterossexual e entre os homens ainda que tenha prevalecido a heterossexual, 19,4% se declararam homossexual e 13,9% bissexual. Identificou-se que 75% dos idosos tiveram o diagnóstico em Caraguatatuba e apenas 25% migraram para o município após diagnóstico, que ocorreram principalmente nos hospitais e em consultório particulares, mostrando ainda a deficiência do diagnóstico na atenção primária. Após o HIV/Aids 83,3% afirmaram que a vida mudou, porém, o comportamento preventivo que teoricamente deveria ser uma preocupação, não alterou. Os enfrentamentos mais citados pelos idosos foram o preconceito, 21,9% e preocupação com o sigilo 13,5%, muitos pacientes sentem medo de serem marginalizados com o estigma em relação ao seu diagnóstico. Apesar dos idosos utilizarem o Sistema Único de Saúde (SUS), eles não reconheciam as consultas e medicamentos gratuitos como um direito, 80% das mulheres não conheciam nenhum direito adquirido devido ao seu diagnóstico de HIV/Aids. Sobre os sentimentos referidos após diagnóstico, 41% esquecem que tem a doença ,e o choque citado por 35,2% dos idosos. Embora as queixas da população estudada, não tenham apresentado impacto em relação as condições psicossociais, as equipes precisam estar atentas ao comportamento dos idosos de forma contínua. Conclusão- Podemos concluir que os idosos envelheceram com o HIV/Aids, e que a maioria chegou a terceira idade, devido ao uso e tratamento contínuo da TARV, o que podemos atribuir a eficácia do programa e empenho dos profissionais envolvidos, que conquistaram a confiança deste grupo e consequentemente a sua adesão ao tratamento. Vale ressaltar a importância da equipe de saúde, em especial o enfermeiro na atenção básica, em ampliar o olhar diagnóstico para esta faixa etária, para evitar o diagnóstico tardio para este agravo e outras infecção sexualmente transmissível, que vem aumentando nesta população. |