Obesidade e COVID-19: aumento das concentrações plasmáticas de Ang II afetam a gravidade dos pacientes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rodrigues, Cíntia Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-08042024-143329/
Resumo: A obesidade, condição crônica, contínua, multifatorial e que causa inflamação de baixo grau. Em condições de infecção, como a provocada pelo SARS-COV-2, a imunidade desse indivíduo, que já está afetada, é recrutada. Causando a condição de hiperinflamação e/ou tempestade de citocinas. O mecanismo por trás de tal gravidade ainda não apresenta consenso na literatura. Assim, a hipótese deste estudo é que os indivíduos com obesidade positivos para COVID-19, irão apresentar elevação nos marcadores bioquímicos, das citocinas pró-inflamatórias, redução da antiinflamatória e aumento nas concentrações de Angiotensina II. O objetivo do estudo foi determinar as características clínicas e laboratoriais, concentrações plasmáticas de citocinas (IL-1&beta; IL-6, IL-10, TNF) e da Angiotensina II, em indivíduos infectados pela COVID-19, estratificados pelo Índice de Massa Corporal (IMC). Estudo de coorte transversal, no qual foram avaliados pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos e com diagnóstico molecular do tipo RT PCR, para infecção por SARS-COV-2. Pacientes com RT-PCR negativos, foram convidados a formar o grupo controle O estudo ocorreu entre os anos pandêmicos de 2020 e 2022. A estratificação embasou no Índice de Massa Corporal (IMC), para compor aleatoriamente os grupos: Eutróficos, Sobrepeso e Obesos. Todas as análises estatísticas foram realizadas nos softwares SPSS (versão 22) e GraphPad Prism (versão 8.0), diferenças consideradas significativas quando p < 0,05. Os resultados do estudo encontraram que o perfil sociodemográfico de maior gravidade pela COVID-19, foi presente na população de pacientes de ambos os sexos, com idades médias de 45 anos, cor branca e preta, índices de massa corporal para obesidade, sem alterações dos parâmetros hemodinâmicos das pressões arteriais sistólicas e diastólicas e sedentários. Os principais sintomas apresentados foram tosse, anosmia e dessaturação de oxigênio. No perfil laboratorial, alteração de leucócitos, linfócitos, neutrófilos e da razão preditora de gravidade N/L. Nas citocinas inflamatórias, houve aumento na expressão das IL-1&beta; -6, TNF e redução da IL-10 anti-inflamatória, nos pacientes obesos SG, e ainda mais elevada nos SRAG. A expressão da concentração da Ang II foi estatisticamente significativa e alta nos pacientes com obesidade e Síndrome Gripal, e quase duas vezes mais alta nos com obesidade com SRAG. Concluímos que, a condição de obesidade e a infecção pela COVID-19 possuem relação positiva, associada a hiperinflamação e desequilíbrio do SRAA, com aumento do eixo clássico pró-inflamatório, ECA/AngII/AT1, em detrimento à via alternativa elevação das concentrações de Ang II, nos pacientes infectados pela COVID-19, associando-se à desfechos mais graves.