Estratégia saúde da família: satisfação de usuários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Santos, Ellen Tahan
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-22102013-153951/
Resumo: Nas últimas décadas, ocorreram transformações significativas na área da Saúde Pública, dentre elas, a implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF) como uma tentativa de efetivação das diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). A avaliação em saúde torna-se uma importante ferramenta para planejar intervenções capazes de atender às necessidades de saúde da população. Tendo em vista que a temática da satisfação de usuários ainda é pouco explorada no Brasil dentro da atenção primária, o presente estudo teve como objetivo investigar a satisfação de usuários em relação à ESF, considerando-se as dimensões estrutural, organizacional e relacional, assim como, as concepções de saúde dos usuários. Para tanto, foram entrevistados 16 usuários que frequentavam uma Unidade de Saúde da Família. Utilizou-se a abordagem qualitativa em pesquisa. A partir da análise das entrevistas, realizada através da Análise de Conteúdo Temática, foram construídas três categorias: Concepções, Avaliação e Contraponto. A primeira categoria englobou as concepções dos usuários em relação à saúde e ao cuidado. A segunda referiu-se à avaliação que os usuários fazem do NSF que frequentam e englobou o relacionamento entre equipe de saúde-usuário e médico-usuário, os recursos disponíveis e a organização do NSF para garantir o acesso da população aos serviços que necessita. A última categoria relacionou-se à percepção que os usuários possuem das diferenças entre o NSF e outros serviços de saúde. Os resultados apontaram duas concepções de saúde predominantes na visão dos usuários: saúde como ausência de doença e saúde em seu conceito ampliado. Também foram percebidas duas concepções de cuidado: a primeira ligada ao modelo biomédico e a segunda que se aproxima da integralidade. No que se refere ao relacionamento equipe de saúde-usuário e médico-usuário, os entrevistados avaliaram positivamente a forma como são recepcionados, atendidos e cuidados pela equipe, além de apontarem para a efetiva formação de vínculo com os profissionais do NSF. Os usuários avaliaram negativamente os recursos físicos que o NSF disponibiliza para o atendimento da população e apontaram para a necessidade de ampliação de seus recursos humanos. Em relação ao acesso ao NSF, os usuários apontaram insatisfação no que se refere à disponibilidade do horário de funcionamento e ao acesso a outros serviços de saúde. No entanto, referiram satisfação quanto ao tempo de espera na recepção, quanto ao agendamento de consultas e quanto à localização geográfica do NSF. No que se refere à procura pelo serviço, os relatos dos usuários apontaram o NSF mais como um local para o atendimento de situações de emergência do que de acompanhamento longitudinal. Os usuários perceberam diferenças entre o NSF e outros serviços de saúde no que diz respeito ao acolhimento e ao vínculo. Concluiu-se que os usuários estão satisfeitos com aspectos da dimensão relacional, parcialmente com a organizacional e insatisfeitos com a dimensão estrutural. Destaca-se a relevância da avaliação do usuário para a construção de um serviço que responda às necessidades do mesmo e a efetiva implementação da participação popular na organização de serviços de saúde.