Comportamento silvicultural de procedências de E. camaldulensis Dehn., E. pellita F. v. Muell, E. tereticornis Sm. e E. urophylla S. T. Blake em duas regiões ecológicas distintas do Estado de Rondônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1988
Autor(a) principal: Castro, Alberto William Viana de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20191218-122733/
Resumo: Procedências de Eucalyptus pertencentes a dois grupos ecologicamente distintos, floresta aberta (E. camaldulens Dehn e E. tereticornis Sm.) e floresta fechada (E. pellita F. Muell e E. Urophylla S.T. Blake), implantadas com sementes colhidas em Área de Coleta de Sementes - A.C.S., localizada em Brasilândia-MG, tiveram seu comportamento silvicultural estudado sob duas condições ecológicas distintas no Estado de Rondônia. Os testes foram instalados em Porto Velho, em área de mata degradada à 96 m de altitude em 1982, e em Vilhena em área de cerrado à 600 m de altitude em 1983. O delineamento estatístico utilizado, nos dois locais, foi o de blocos casualizados com quatro repetições, contendo sete tratamentos em Porto Velho e seis tratamentos em Vilhena. As parcelas foram de 36 (6 x 6) plantas, arranjadas no espaçamento 3 x 2 m e somente as 16 plantas centrais foram consideradas para a coleta e análise dos dados. Nas avaliações realizadas por ocasião dos cinco anos em Porto Velho, e quatro anos em Vilhena, ficou bastante evidente o efeito do local. Os melhores resultados foram obtidos em Porto Velho para todas as características avaliadas. Foi observada uma clara distinção no comportamento das espécies/procedências diretamente relacionada com o tipo de floresta, podendo as espécies/procedências testadas serem agrupadas de acordo com o tipo de floresta que formam. Os melhores resultados foram obtidos pelo grupo de floresta aberta nos dois locais. Em Porto Velho não foi observada significância para a variação entre as espécies/procedências com relação à sobrevivência que variou de 76,56 a 95.31%, aos cinco anos de idade. Já em Vilhena, as espécies/procedências variaram significativamente para esta característica, com o E. camaldulensis ex (6953) e E. tereticornis ex (10975) apresentando a melhor sobrevivência (92,12%), sendo significativamente diferentes da sobrevivência obtida pelo E. pellita ex (11956), com a pior sobrevivência (59,38%). Em Porto Velho a maior altura foi obtida pelo E. tereticornis ex 8140 (13,15 m) e a menor pelo E. pe.llita ex 10966 (10,85 m). Em Vilhena, a maior altura foi obtida pelo E. camaldulensis ex 6953 (7,37 m) e a menor pelo E. urophylla ex 9016 (4,82 m). Não foram observadas diferenças significativas entre as espécies/procedências para o crescimento em DAP em Porto Velho. Em Vilhena, o E. pellita ex (11956) apresentou o maior DAP (7,24 cm) significativamente diferente do E. camaldulensis ex (10266), que apresentou o menor DAP (5,32 cm). A forma do tronco foi melhor em Porto Velho, não havendo diferenças significativas entre os tratamentos para esta característica neste local. Em Vilhena o E. camaldulensis ex (6953) apresentou a melhor forma do tronco, diferindo significativamente do E. urophylla ex (9016), que apresentou a pior forma do tronco. Em Porto Velho foi obtida a maior produtividade em volume cilíndrico (51,07 m3/ha/ano) pelo E. tereticornis ex 8140, significativamente diferente da obtida pelo E. camaldulensis ex 10266 (26,96 m3/ha/ano). Em Vilhena obteve-se para o E. camaldulensis ex 6953 (10,82 m3ha/ano) e o E. camaldulensis ex 10266 (6,01 m3/ha/ano). No estudo das correlações fenotípicas entre as características, a separação das espécies/procedências pelo tipo de floresta ao qual pertencem, foi mais efetiva na determinação da correlação entre a sobrevivência com altura e forma do tronco; altura com DAP e forma do tronco e DAP com volume cilíndrico e forma do tronco. Foi observado que quase o total das correlações positivas significativas foram devidas aos Eucalyptus de floresta aberta. A correlação das alturas à diferentes idades pelo coeficiente de correlação de Spearman demonstrou que o crescimento em altura em Porto Velho aos 2 anos foi altamente correlacionado com as alturas aos 3,5; 4 e 5 anos. Em Vilhena estas correlações foram evidenciadas ji a partir do primeiro ano até os 4 anos de idade. A análise da tipicidade botânica das espécies/procedências demonstrou uma alta taxa de hibridação nas parcelas do E. pellita ex (11956) e E. pellita ex (10966). Foram encontrados híbridos, também, nas parcelas do E. tereticornis ex (10975) e do E. camaldulensis ex (6953 e 10266). A análise das fichas de introdução demonstrou que o E. pellita ex (11956) e o E. camaldulensis ex (6953) podem ter hibridado na origem. Não se afasta a hipótese de hibridações generalizadas na A.C.S. de Brasilândia - MG, onde o isolamento demonstrou ser ineficiente. Em vista das informações obtidas junto às fichas de coleta na Austrália, verificou-se que a falta de informações mais detalhadas referentes a fenologia das espécies, solo, método de coleta das sementes, etc, não possibilitou maiores conclusões em relação ao comportamento das espécies/procedências testadas. Foi verificada que todas as espécies possuem base genética muito restrita, não apresentando condições de uso para programas de melhoramento.