Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Abrão, Guilherme de Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-30092020-124203/
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Resumo: |
Durante o processo de envelhecimento pode ocorrer redução de fatores que reforçam a memória, bem como o aumento de fatores que reduzem a manutenção dessa função cognitiva. A caracterização de biomarcadores que indicam o estado cognitivo no processo de envelhecimento é de grande relevância para o diagnóstico e/ou tratamento da disfunção cognitiva. O sistema adenosinérgico desempenha um papel essencial na manutenção da homeostase cerebral, principalmente através da ação inibitória e facilitatória dos receptores A1 e A2A, respectivamente. Efeitos mediados por esses receptores controlam a transmissão sináptica basal, a neuroplasticidade cerebral (incluindo a densidade da neurotrofina BDNF) e os processos cognitivos, o que afeta diferentes comportamentos desde a locomoção até o humor. O objetivo do presente estudo foi investigar se os níveis de A1, A2A e BDNF no sangue de ratos poderiam ser relacionados à memória e níveis dessas proteínas no cérebro, considerando-as, potencialmente, como biomarcadores periféricos da memória. A mesma relação foi avaliada em cães de companhia, considerando a idade, cognição e níveis sanguíneos dessas proteínas. Para isso, ratos Wistar fêmeas jovens (n=12, 3 meses de idade) e velhos (n=12, 24 meses de idade) foram submetidos ao teste de reconhecimento de objetos para análise das memórias de curta e longa duração. Em seguida, os animais foram anestesiados para extração do hipocampo e sangue. Os cães, de ambos os sexos, foram divididos em jovens (n=10, 1-2 anos) e velhos (n=12, acima de 10 anos) e o estado cognitivo foi avaliado usando um questionário aplicado aos proprietários (quanto maior a pontuação, pior a memória). O sangue (5 mL) foi coletado por venopunção jugular. A densidade das proteínas relacionadas à memória foi avaliada por western-blotting e ensaio de ELISA. Os dados foram expressos como medianas e intervalos interquartis e analisados pelo teste de MannWhitney. As diferenças foram consideradas significativas quando p<0,05. Os ratos velhos apresentaram perda significativa das memórias de curto e longo prazo, quando comparados aos animais jovens. No hipocampo, observou-se aumento significativo na densidade de receptores NMDA-R2B e AMPA2-3-4, pro-BDNF, e redução significativo na densidade de PSD-95, sinaptofisina, pCREB/CREB e CAMKIV nos velhos, comparado aos jovens, demonstrando a relação entre a redução da sinalização molecular da memória e a observação comportamental. Na análise de potenciais biomarcadores nos ratos, foi observada redução significativa de A1 e BDNF, e aumento significativo de A2A tanto no hipocampo quanto no sangue de velhos, comparado aos jovens, sugerindo que essas proteínas poderiam ser utilizadas como biomarcadores do estado cognitivo dos animais. Em cães velhos, com redução expressiva das funções cognitivas, constatou-se redução significativa de A1 e BDNF, e aumento significativo de A2A, quando comparado aos jovens, mostrando o mesmo padrão de distribuição em relação à idade, como observado em ratos. Com esse trabalho foi possível mostrar, pela primeira vez, que a alteração dos receptores de adenosina A1 e A2A e BDNF no envelhecimento está relacionada à perda de memória em ratos e cães. Assim, essas proteínas poderiam ser potenciais biomarcadores do declínio cognitivo e alvos terapêuticos para cães com disfunção cognitiva. |