Atributos eletroquímicos de solos ácricos do Norte paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1992
Autor(a) principal: Alleoni, Luis Reynaldo Ferracciú
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20190821-121007/
Resumo: Extensas áreas ao norte do estado de São Paulo assentam-se sobre solos ácricos. que localizam-se no extremo da escala de intemperismo, possuindo bons atributos físicos. por serem normalmente profundos e friáveis mas apresentando, por definição, baixíssima capacidade de troca de cátions efetiva (menor que 1.5meq / 100g de argila). Estas áreas são utilizadas para cultivo de culturas irrigadas, como feijão e trigo, e outras culturas, como a soja e a cana-de-açúcar, todas elas altamente tecnificadas. Este estudo foi conduzido com objetivo de quantificar os atributos eletroquímicos de alguns solos ácricos e comparálos com os de outros solos menos intemperizados. Foram usadas amostras superficiais e subsuperficiais de latossolos roxos ácricos e latossolos variação Una ácricos das cidades de Ribeirão Preto, Guaíra e Miguelópolis, a Terra Roxa Estruturada (localizada em Ribeirão Preto) e o Latossolo Roxo eutrófico (Campinas. Além das análises químicas e físicas de rotina, foi determinado o ponto de efeito salino nulo (PESN), através de curvas de titulação potenciométrica. Foi feita também a caracterização mineralógica com difração de raio-X e análise térmica diferencial, e f'oram calculados o potencial elétrico e a carga elétrica superficial. Aplicaram-se os modelos da dupla camada difusa de Gouy-Chapman e de Stern, a fim de se observar a relação entre os dados obtidos e estes modelos teóricos. O caráter ácrico apareceu a diferentes profundidades, sendo que no Latossolo variação Una argilo-arenoso, de coloração mais amarelada, ele se manifestou a apenas 50cm da superfície. A mineralogia dos solos foi essencialmente caulinítica e sesquioxídica, indicando o estágio avançado de intemperismo destes solos. Como era de se esperar, a retenção de cátions foi baixa, sendo que em algumas amostras a soma de bases foi inferior a 0.3 meq/100g de terra. Apenas no Latossolo variação Una ácrico muito argiloso a saturação por alumínio foi alta (maior que 50%), sendo que nas demais ela foi praticamente nula. A matéria orgânica da camada superficial influenciou significativamente o PESN, que esteve em torno de 3.5 para todas as amostras estudadas. Na TE não houve variação do PESN em subsuperfície. Em todos os latossolos, o PESN aumentou em profundidade. indicando menor efeito da matéria orgânica e maior participação dos óxidos de ferro e a1umínio na definição das cargas. Os latossolos roxos ácricos e o latossolo variação Una argi1o-arenoso apresentaram balanço positivo de carga em profundidade. Nestes solos o ΔpH foi positivo, ou seja, o pH medido em KCI 1N foi superior ao pH medido em H2O. O Latossolo Roxo eutrófico teve um Δ pH igual a zero e as demais amostras um Δ pH negativo, indicando nestas camadas predomínio das cargas negativas sobre as positivas. O PESN correlacionou-se positivamente com teor de gibbsita e negativamente com o indice ki dos solos. Os valores de superfície específica foram baixos (média de 37 m2/g) e, tal vez por isso, os valores de carga líquida ajustaram-se melhor ao modelo de Gouy-Chapman do que ao modelo de Stern.