Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Carolinne Rosa de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11138/tde-03052018-114740/
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Resumo: |
O manejo agrícola aplicado a um agrossistema pode determinar a qualidade e produtividade da área, além das interações biológicas que podem ser estabelecidas entre o cultivar e ecossistema local. A agricultura convencional é bastante reconhecida como um manejo eficiente e lucrativo. Por outro lado, a agroecologia tem ganhado visibilidade na agroindústria em reflexo do aumento na demanda por alternativas mais sustentáveis de produção. As diferenças entre ambos manejos podem refletir sobre a dinâmica microbiana, alterando a composição e estruturação das comunidades ali presentes. Os micro-organismos que habitam a superfície foliar da planta compõem o micro-ambiente denominado filosfera, descrito como um dos hábitats colonizáveis mais extensos. Devido a sua alta exposição a variáveis ambientais, diversos fatores podem interferir na comunidade bacteriana e definir a filosfera. Desta forma, o principal objetivo nesse estudo foi avaliar como o manejo agrícola interfere na composição bacteriana na filosfera, analisando ainda em escala temporal sua estrutura e abundância. A área experimental amostrada foi cedida pelo Centro de Pesquisa \"Mokiti Okada\", em Mogi Guaçu, São Paulo. As amostras foram coletadas de maneira representativa em diferentes linhas de tratamento, uma sob manejo convencional e outra sob manejo ecológico. Análises microbiológicas dependentes e independentes de cultivo permitiram identificar a comunidade bacteriana residente da filosfera de citros, a qual era compartilhada por ambos os manejos. Entretanto, análises de sequenciamento NGS (New Generation Sequencing) mostraram uma diferença significativa entre as comunidades bacterianas dos dois manejos, com o ecológico apresentando uma maior diversidade. Apesar do manejo ter se mostrado um importante fator na composição bacteriana, quando avaliado em função temporal, viu-se que as épocas de coleta interferem mais intensamente na estrutura das bactérias (p=0,0001), mostrando uma sobreposição dos diversos fatores ambientais que atuam sobre a filosfera. Os resultados ainda indicaram uma redução na abundância de bactérias, a qual pode estar relacionada com a aplicação extra de produtos cúpricos em ambas as áreas, em função do acometimento da \"pinta preta\" no pomar, o que instigou monitorar o cobre no tecido foliar. Quimicamente, micro-análises de XRF (X-Ray Fluorescence) mostraram que há uma maior concentração de cobre nas folhas provenientes da área convencional, o que é resultado das maiores quantidades do produto que são aplicadas nesse tratamento. Além disso, foi possível o isolamento de bactérias do gênero Enterococcus na filosfera, as quais apresentam mecanismos de tolerância ao cobre, demonstrando que os produtos cúpricos podem ter selecionado esses organismos. Logo, esse estudo apresentou uma importante perspectiva do efeito do manejo agrícola sobre a filosfera, contribuindo para a compreensão da dinâmica microbiana na agricultura. |