Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Sonvezzo, Carolina Strabelli |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-18042024-083231/
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Resumo: |
O setor da construção responde por 50% dos recursos naturais extraídos no mundo e 38% das emissões antrópicas de CO2. O cimento sozinho responde por 1/3 desses recursos e 7% das emissões. No Brasil, embora metade do consumo de cimento seja voltado para a produção de argamassas, a literatura tem como foco principal o concreto, havendo escassez de informações sobre as argamassas. Dentro deste contexto, o presente estudo teve como foco principal as argamassas, e o objetivo foi de estudar e comparar o desempenho ambiental das argamassas dosadas em obra e estabilizadas. O estudo se fundamenta no conceito do ciclo de vida, emprega a metodologia do desempenho ambiental da construção e utiliza dados primários das argamassas estabilizadas obtidos em estudo de caso. O inventário do berço-aoportão deu-se em três centrais dosadoras, e o inventário do portão-à-aplicação deu-se no assentamento de blocos estruturais em edifício entre 2019 e 2021. Os cinco indicadores deste estudo são: emissão de CO2, consumo de energia, consumo de material, geração de perdas e consumo de água. Os indicadores do berço-ao-portão obtidos foram: 215 kg CO2/m³ de emissão de CO2, 1.262 MJ/m³ de consumo energético, 766 kg/m³ de consumo de água, e 2.473 kg/m³ de material, incluída as perdas de 684 kg/m³ . Esses dados apontam os processos mais críticos: (i) a produção de cimento responde com aproximadamente 78% das emissões de CO2 e 49% do consumo energético; (ii) o beneficiamento das areias responde por aproximadamente 63% do consumo de água, e suas perdas representam aproximadamente 23% dos recursos sólidos extraídos; e (iii) o transporte dos insumos responde com 23% do consumo energético e 9% das emissões de CO2. Considerando a fronteira do berço-àaplicação, a literatura apresenta um índice de eficiência do uso de recursos das argamassas industrializadas de 42%. Contudo, para o estudo de caso, que considera as perdas ao longo do ciclo de vida, ou seja, inclui perdas no beneficiamento das areias, perdas na produção dos cimentos, e principalmente as perdas incorporadas na edificação, a eficiência do uso de recursos cai para 29%. Os indicadores do berço-à-aplicação da argamassa estabilizada obtidos foram: 401 kg CO2/100 m² de emissão de CO2, 2.205 MJ/100 m² de consumo energético, 1.218 kg/100 m² de consumo de água, e 3.932 kg/100 m² de material, incluída as perdas de 2.795 kg/100 m² e. Esses dados mostram que 71% dos recursos sólidos extraídos da natureza são perdidos durante o processo, sendo que 33% ficam incorporadas na edificação, 10% viram resíduo sólido na obra e 28% é perdido durante a extração e produção das matérias-primas. As argamassas estabilizadas apresentaram melhor desempenho ambiental que as argamassas dosadas em obra devido principalmente a redução de 42% no consumo de cimento, obtido através de traços mais otimizados. Este estudo identificou grande potencial de ganhos no desempenho ambiental das argamassas com melhorias técnicas do processo construtivo. |