Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Serpa, Danilo Chiovatto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8144/tde-05122019-164932/
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Resumo: |
Neste trabalho, representações do mito de Orfeu em poemas de R. M. Rilke, G. Trakl e I. Bachmann são investigadas em atenção ao seu caráter poetológico, i. e., a tematizações da própria poesia, de seus atributos e componentes. No mito de Orfeu, distingue-se a figura de um poeta. Através da sua elaboração, podem-se expor em poemas compreensões, ideias de um autor acerca da poesia, de atribuições do poeta, até mesmo, em suas aproximações e distanciamentos em relação a elementos do mito, justificações para seu próprio fazer poético, bem como uma autoimagem do autor enquanto poeta. Busca-se depreender do poema com Orfeu concepções de poesia dos autores, entendimentos sobre a figura do poeta, características poéticas típicas de sua obra em determinado período. Nessa conexão com definições acerca do papel do poeta e da poesia, trata-se também de apreender significados que se atribuem a esse mito na primeira metade do séc. XX, na literatura de língua alemã, a partir de alguns exemplos. No primeiro capítulo, traços do mito de Orfeu são perscrutados em representações suas na Antiguidade. Nos capítulos subsequentes, são analisados poemas de Rilke, Trakl e Bachmann que mencionam Orfeu, tratados na ordem de sua publicação. Nas análises, a elaboração do mito de Orfeu, a caracterização do poeta, predicados vinculados à poesia no poema são ainda contrastados com declarações, formulações do autor em questão sobre poesia em, p. ex., cartas, escritos teóricos, aforismos, marginália, discurso de premiação. Pode-se constatar que em certos poemas de Rilke, Trakl e Bachmann existe também a estilização de outros autores da lírica de língua alemã como Orfeu, a saber, Novalis, Hölderlin e Celan, em confrontação com o qual aspectos da própria poesia e do fazer poético do autor do poema são caracterizados. O mito de Orfeu serve ao tratamento da dicotomia Apolo-Dioniso na arte, bem como da relação entre Dioniso e Cristo. Um mito de Orfeu bastante focalizado é o da catábase. Nas representações do mito, Eurídice recebe um papel central. Ela designa elementos significativos, características da poesia do autor, dinâmicas relativas à produção da sua poesia, aspectos, partes do poeta. Motivos do mito se conjugam com temas elaborados na poesia dos autores, como o olhar e sua conexão com um saber, um (re)conhecimento, e a passagem da poesia, do poeta pelo mundo dos mortos. No que concerne à representação da figura de Orfeu e suas identificações com o poeta, elas comportam ambivalências: em tensão com o mito antigo, os poemas põem em xeque o alcance da poesia, da própria palavra do poeta e sua capacidade de agir sobre uma realidade, mas não deixam de ser homenagens à poesia, afirmações da poesia, de suas possíveis significâncias. |