Eficácia e seletividade de associações de herbicidas inibidores da PPO e do fotossistema II aplicados em pós-transplante de mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Malardo, Marcelo Rafael
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-13042023-083706/
Resumo: As plantas daninhas competem direta e indiretamente com a cultura da cana-de-açúcar, prejudicando sua produção. Desta forma, controlar estas plantas daninhas é de grande importância para atingir elevadas produtividades. O manejo químico de plantas daninhas é um dos métodos mais eficientes, entretanto, dependendo da forma como os herbicidas são aplicados, podem causar injúrias a cultura. Portanto, conhecer o efeito fitotóxico que a aplicação de herbicidas pode ocasionar em mudas pré-brotadas se faz necessário. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia e seletividade de associações de herbicidas inibidores da protox e do fotossitema II em pós-transplante de mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar, quando comparados com outras associações de herbicidas praticadas pelos produtores de cana-de-açúcar. Foram realizados dois projetos, sendo o primeiro em casa-de-vegetação, seguindo o delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições e esquema fatorial 10 x 2, onde o primeiro fator correspondeu aos tratamentos (testemunha; (sulfentrazona + diurom) (525,0 + 1050,0); (sulfentrazona + diurom) (700,0 + 1400,0); (sulfentrazona + diurom) (875,0 + 1750,0); (sulfentrazona + diurom) + mesotriona (700,0 + 1400,0 + 120,0); diclosulam + tebutiurom + ametrina (70,6 + 750,0 + 1500,0); diclosulam + s-metolacloro + ametrina (70,6 + 2400,0 + 1500,0); 2,4-D (1005,0) para as dicotiledôneas e metribuzim (1920,0) para as monocotiledôneas; MSMA + ametrina (1185,0 + 1500,0) e flumioxazina + tebutiurom (125,0 + 750,0), doses em g i.a. ha-1) e o segundo a duas épocas de aplicação (pós-inicial (2 a 4 folhas/1 a 2 perfilhos) e pós-tardia (6 a 8 folhas/3 a 4 perfilhos)). Este esquema foi realizado em 11 experimentos independentes, sendo um para cada planta daninha estudada (Luffa aegyptiaca; Ipomoea hederifolia; Merremia aegyptia; Ricinus communis; Momordica charantia; Mucuna aterrima; Digitaria nuda; Rottboellia exaltata; Brachiaria plantaginea; Brachiaria decumbens e Panicum maximum). As unidades amostrais foram compostas por vasos de 3,0 L preenchidos com solo de textura argilo-arenosa e as plantas daninhas foram semeadas de acordo com recomendação da empresa. Após semeadura das plantas daninhas, os vasos foram mantidos em casa-de-vegetação com irrigação. Quando as plantas daninhas atingiram os estádios fenológicos necessários foi realizada aplicação com pulverizador costal pressurizado a CO2. As avaliações de controle foram realizadas aos 7; 14; 21; 28; 35 e 42 dias após aplicação (DAA), seguindo escala visual de notas proposta pela ALAM (1974). Aos 42 DAA foi realizada avaliação de massa seca da parte aérea, cortando as plantas remanescentes rentes ao solo, colocando em sacos de papel e levando para estufa de circulação de ar até atingirem peso constante. Os dados obtidos foram analisados pelo Teste F a 5,0% e, quando significativos, pelo Teste de Scott-Knott também a 5,0%. Já o segundo projeto foi conduzido em campo, em duas safras (2018/2019 e 2019/2020), seguindo o delineamento de blocos casualizados, com 4 repetições e 14 tratamentos (testemunha sem capina; testemunha capinada; (sulfentrazona + diurom) (612,5 + 1125,0); (sulfentrazona + diurom) + clomazona (525,0 + 1050,0 + 1080,0); (sulfentrazona + diurom) (700,0 + 1400,0); (sulfentrazona + diurom) (875,0 + 1750,0); (sulfentrazona + diurom) + mesotriona (700,0 + 1400,0 + 120,0); s-metolacloro + mesotriona + (hexazinona + diurom) (2400,0 + 120,0 + 200,0 + 1600,0); s-metolacloro + mesotriona + metribuzim (2400,0 + 120,0 + 1440,0); s-metolacloro + mesotriona + atrazina (2400,0 + 120,0 + 1500,0); clomazona + mesotriona + (hexazinona + diurom) (1080,0 + 120,0 + 200,0 + 1600,0); clomazona + mesotriona + metribuzim (1080,0 + 120,0 + 1440,0); s-metolacloro + mesotriona + metribuzim + tebutiurom (2400,0 + 120,0 + 1440,0 + 1000,0) e flumioxazina + tebutiurom (125,0 + 1000,0), doses em g i.a. ha-1). Este esquema foi realizado para as duas safras avaliadas. As unidades amostrais foram parcelas de 60,0 m2 transplantadas com MPBs da cultivar RB966928. A aplicação dos tratamentos foi realizada 30 dias após o transplante das mudas, realizado com pulverizador costal pressurizado a CO2. Foram realizadas avaliações de controle, de fitotoxicidade, de altura, número de perfilhos, número de gemas, produtividade e brotação de gemas. As avaliações de controle das plantas daninhas e da fitotoxicidade da cultura ocorreram aos 7; 15; 30; 45; 60; 90 e 120 dias após aplicação (DAA), seguindo escalas propostas pela ALAM (1974) e EWRC (1964), respectivamente. As avaliações de altura e número de perfilhos aconteceram aos 15; 45; 90 e 300 DAA. As avaliações de número de gemas e produtividade aos 300 DAA e a avaliação de brotação das gemas aos 3; 7; 15 e 30 dias após plantio das gemas (DAP). Os dados obtidos também foram analisados pelo Teste F a 5,0% e, quando significativos, pelo Teste de Scott-Knott também a 5,0%, através do programa estatístico AgroEstat®. Com relação ao controle das plantas daninhas, observou- se que as associações de herbicidas inibidores da protox e do fotossistema II (sulfentrazona + diurom e flumioxazina + tebutiurom) foram eficazes no controle de todas as plantas daninhas avaliadas, quando aplicados em pós-emergência inicial, promovendo porcentagens de controle superiores a 80,0%. Já quando a aplicação ocorreu em pós-tardia, o controle foi menos eficiente para todas as plantas daninhas. Com relação a seletividade destas associações as MPBs da cultivar RB966928, constatou-se que foram seletivas, não impactando negativamente nas variáveis altura, número de perfilhos, número de gemas, produtividade e, também, brotação de gemas após colheita. Conclui-se, portanto, que as associações de herbicidas inibidores da protox e do fotossistema II (sulfentrazona + diurom e flumioxazina + tebutiurom) são ferramentas eficientes para controle de plantas daninhas em cana-de-açúcar e são seletivas as MPBs quando aplicados 30 dias após o transplante das mesmas.