Política nacional de atenção básica: arranjos, disputas, visibilidades na produção política. Contribuições para uma perspectiva genealógica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sousa, Naymara Damasceno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-26082021-094432/
Resumo: O campo da análise das políticas públicas frequentemente toma a produção dos textos oficiais como expressão de uma verdade amparada pelo âmbito legal e que invisibiliza as disputas travadas por múltiplas instituições, atores e coletivos na produção cotidiana da política. O presente trabalho buscou abrir visibilidades para algumas disputas em torno do desenho organizativo da Atenção Básica no estado de São Paulo entre as décadas de 1980 e 1990, expressas de certo modo nas experimentações dos municípios de Bauru, Campinas e Santos. A presente pesquisa foi feita a partir da análise de textos (documentos oficiais, artigos e livros), dando primeiros passos para a construção de um exercício genealógico de visibilidade e análise das disputas das forças-valores que constituem o campo da Atenção Básica. Centralização, descentralização, modos verticais, modos democráticos de construir agenda política. Dispositivos de controle, dispositivos de construção compartilhada. Determinação estrutural, disputa micropolítica. Trabalho morto, trabalho vivo. Modelo médico-hegemônico, integralidade da atenção. São muitos os campos de tensão e disputa. Neste trabalho foi possível delinear de modo inicial caminhos de sua efetivação. Modelos mais ou menos democráticos, participação \"em surtos\", participação constante dos trabalhadores. Abertura formal ou mais intensiva à vida nos territórios. Construção normativa, construção viva das equipes. Como efeitos, a ampliação do acesso e a invenção de dispositivos como o acolhimento, a escuta qualificada, a centralidade do vínculo, as equipes multiprofissionais, o cuidado em rede intersetorial, espaços coletivos de processamento do cotidiano, escuta qualificada, reconhecimento de um lugar da clínica na produção cuidado articulada num enfrentamento radical ao modelo médico-hegemônico e ao governo da vida em diversos pontos da rede.