Austrvegr e Gardaríki: (re)significações do leste na Escandinávia tardo-medieval

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Muceniecks, André Szczawlinska
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-07042017-141940/
Resumo: Nesta tese analisamos as nuances que o conceito de leste assumiu nas fontes escritas da Escandinávia e Islândia dos séculos XIII e XIV. De início, procedemos na observação de como a historiografia referente às interações entre povos da Escandinávia e do Nordeste Europeu produziu extenso debate de implicações políticas, conhecido como a Controvérsia Normanista. Neste capítulo salientamos também os impactos que o estudo do medievo teve nos tempos contemporâneos. A seguir, efetuamos uma síntese baseada na interpretação da Cultura Material sobre os movimentos escandinavos a leste no período viking, que forneceram material para os próprios historiadores e autores na Escandinávia e Islândia dos séculos XIII e XIV. Até então demonstramos que, a despeito da Controvérsia Normanista, há evidência convincente e suficiente para demonstrar que a presença escandinava no leste foi deveras significativa. Os capítulos posteriores centralizam-se na análise das fontes primárias. Dividimo-las em fontes que apresentam material cartográfico e geográfico, obras de cunho historiográficoe sagas voltadas ao entretenimento; como seleção de obras representativas de tais grandes grupos analisamos o Mappamundi islandês Gks 1812, 4to, 5v-6r., o prólogo da Edda Menor, a Heimskringla, a Gesta Danorum e a rvar-Odds Saga. A análise dessas fontes demonstrou que entre o século XIII e o XIV ocorreu na produção escrita escandinava uma bifurcação entre o conhecimento produzido com objetivos de instrução e aquele com intuitos de entretenimento. O uso do leste na primeira vertente é livresco, inserindo muito do saber acumulado do Medievo Ocidental e ressignificando o leste segundo parâmetros das terras bíblicas e dos autores clássicos. Nas fontes de intuito de entretenimento o uso do leste é também ressignificado, mas desta feita de acordo com material mais ligado à cultura e às narrativas populares, empregando o leste na materialização de temas do fantástico e da mitologia.