Expectativa de remuneração como atributo de atratividade da profissão de auditoria independente no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Marques, Claudio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-06022014-182123/
Resumo: A proposta central do estudo foi investigar se o valor da remuneração pode influenciar na preferência ou atratividade da auditoria independente como uma alternativa de ocupação profissional no ambiente brasileiro. Teve como foco os alunos do curso de ciências contábeis que são os prováveis candidatos a optar por essa atividade profissional. Para alcançar tal objetivo, foi definido como estratégia de pesquisa o desenho quase-experimental, conduzido com 240 alunos pertencentes às instituições públicas estaduais e federais no Brasil, em que os sujeitos participantes foram direcionados aleatoriamente ao grupo de controle ou ao grupo experimental. Cada grupo recebeu algumas ofertas de trabalho nas três atividades profissionais definidas para a pesquisa, cuja tarefa dos integrantes era dizer se aceitava ou não a vaga ofertada. A diferença entre o grupo de controle e o experimental foi o estímulo da remuneração apresentada para o grupo de experimento. A metodologia aplicada nas mensurações compreendeu basicamente análises de frequência dos grupos e testes não paramétricos para verificar a existência ou não de diferenças de média entre os grupos. Os resultados indicaram o aceite da primeira hipótese de que a preferência pela atividade de auditoria é influenciada pela percepção do valor da remuneração e, em termos relativos essa influência representou 26% na taxa de aceite, o teste não paramétrico de Mann-Whitney também confirmou a existência dessa influência apontando um p-valor < 0,000. Os resultados também indicaram suporte ao modelo de valência da teoria da expectativa em que os indivíduos com alto índice de valência pela atividade de auditoria escolheram essa atividade independentemente do estímulo remuneração uma vez que já tinham valorado os atributos de trabalho mais preferidos. Com isso, a segunda hipótese da pesquisa de que a remuneração não influencia na escolha quando a valência pela auditoria for alta, também foi aceita. Por outro lado, os resultados também apontam para o aceite da terceira hipótese indicando que aqueles indivíduos com menor valência tiveram influência significativa do fator remuneração na escolha da vaga de auditoria. Apesar de não ser o foco dessa pesquisa também foi possível evidenciar os atributos de trabalho mais preferidos pelos alunos, os quais se mostraram similares aos levantados em outras pesquisas como, por exemplo, Rendell e Brown (2011) e Leschinsky & Michael (2004), esses fatores foram 1. Oportunidade de avanço na carreira, 2. Estabilidade e segurança no trabalho e 3. Conseguir alta remuneração, seguida por outros com menor grau de importância. A principal contribuição dessa pesquisa foi evidenciar a influência do fator remuneração na atração da atividade de auditoria, permitindo assim corroborar com as pesquisas que apontam a remuneração como um dos motivos da carência de auditor independente no país, como é o caso da pesquisa de Amorin (2012).