Sistemas pedológicos e reconstituição paleoambiental em depressões nos Tabuleiros Costeiros do Extremo Sul da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pereira, Wander Murilo Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-09082019-174937/
Resumo: A ocorrência de depressões fechadas, sistemas endorréicos superficiais, tem sido citada em várias partes do mundo. Nos Tabuleiros Costeiros do Brasil, onde também pode ser observada a presença destas depressões, estas feições geomórficas são conhecidas pela denominação de muçununga e/ou campos nativos ou simplesmente nativos. São consideradas enclaves de vegetação savânica em meio à Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas do Bioma Mata Atlântica, variando desde formações graminóides até florestadas. Além de representarem importantes áreas para o estudo da reconstituição paleoambiental, possuem drenagem centrípeta, o que faz com que os materiais advindos do solo circundante fiquem armazenados na depressão, gerando importantes arquivos de proxies ambientais. A área em estudo situa-se no município de Prado - BA no Parque Nacional do Descobrimento, em meio à Mata Atlântica em bom estado de conservação. Foram estudadas duas depressões, uma com regime hídrico hiper concentrador e outra com regime hídrico concentrador. Desse modo, este trabalho tem como objetivo, relacionar os conteúdos fitolíticos e isotópicos dos solos do topo e da base da catena de duas depressões com a reconstituição paleoambiental. Foram realizadas análises fitolíticas, isotópicas e datação por LOE, bem como análises granulométrica e químicas para caracterização dos solos. O sistema pedológico dominante nas duas muçunungas estudadas é de Argissolo Amarelo-Espodossolo-Organossolo com clara influência da drenagem na expressão dos organossolos. Na escala da paisagem, observou-se haver um alinhamento preferencial das depressões, tendo o seu início mais ligado a neotectônica do que ao clima, a partir de um ajuste estrutural, inicialmente seguindo a disposição de falhas e fraturas geológicas. Apesar da vegetação atual nas duas depressões ser de porte graminóide a arbustivo (savânica), diferentes das áreas florestadas ao entorno, os resultados isotópicos apresentaram valores de δ13C acima de -27,73‰, padrão para plantas de ciclo fitossintético C3, o que comparando com os resultados de δ15N, C/N e fitolíticos, mostraram em profundidade condições menos hidromórficas que as atuais, demonstrando que nestes locais eram ocupados antes por florestas, sugerindo que estas depressões estão em processo de expansão.