Efeito da suplementação de simbióticos sobre a inflamação sistêmica de idosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Valentini Neto, João
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/89/89131/tde-15052015-113025/
Resumo: Introdução:O envelhecimento está associado a redução na capacidade de lidar/enfrentar estressores, o que significa o principal conceito de fragilidade. Algumas mudanças na composição e função corporal são relacionadas com o desenvolvimento da fragilidade, como: deposição de gordura visceral (altamente relacionada com a inflamação sistêmica) e a redução da gordura subcutânea. Uma alteração importante é a relacionada com um aumento na concentração de marcadores inflamatórios no sangue, o que tem sido associado com um processo mais amplo, denominado inflammaging. Nosso trabalho destaca a hipótese de que esta inflamação de baixo nível é associada a um desbalanço na microbiota e alterações na permeabiliade intestinal, o que então justifica o uso de substâncias simbióticas. Objetivos: avaliar o efeito de uma suplementação por seis meses com substância simbiótica sobre a inflamação sistêmica de idosos em risco de fragilidade. Métodos: foram estudados 49 indivíduos, entre 65-90 anos, que atenderam um ou dois critérios de fragilidade propostos por Fried et al (2001). Tratou-se de um estudo duplo-cego randomizado, no qual os participantes foram alocados em um dos grupos que seguem: SIM (tratamento com simbiótico) - ingestão de uma substância simbiótica (Frutooligossacarideos 6 g, Lactobacillus paracasei 109 a 108 CFU, Lactobacillus rhamnosus 109 a 108 CFU, Lactobacillus acidophilus 109 a 108 CFU e Bifidobacterium lactis 109 a 108 CFU); ou PLA (placebo, controle)- maltodextrina (6g) nas mesmas doses do grupo simbiótico. Ambos os grupos foram instruídos a consumir as substâncias duas vezes ao dia. Antes e após a suplementação os sujeitos foram avaliados para: marcadores plasmáticos de inflamação (IL-6, IL-10 e TNF-&#945;); contagem de células sanguíneas; medidas antropométricas; função intestinal (Escala de Bristol e Critério de ROMAIII). Os dados foram analisados por ANOVA de medidas repetidas (marcadores inflamatórios), com test pos-hoc apropriado, teste T de student (células sanguíneas), bem como odds ratio e redução de risco. Foi adotado o princípio da intenção de tratar. A significância foi considerada para p<0.05. Resultados: O grupo SIM foi composto por 25 sujeitos com idade media de 76.2±8.4 anos, e o grupo PLA foi formado por 24 sujeitos média de idade de 75.6±8.1 anos. A função intestinal melhorou em 5,3% no grupo SIM. Em constraste, o grupo PLA apresentou piora de 20% dos sintomas negativos da função intestinal. O OR da melhora do SIM de acordo com o ROMA III foi de 0.76 (IC= 0.09-6.17), indicando um benefício da suplementação com simbióticos. Os marcadores inflamatórios foram analisados de duas diferentes maneiras: o grupo todo e considerando a idade como co-variável. Quando comparados os grupos, algumas diferenças foram encontradas em função do tempo para ambos os grupos entre os níveis de IL-10 antes (a) e depois (d) da suplementação (p<0,01) (PLAa=3,9±5,4; PLAd=1,4±1,7; SIMa1,9±3,2; SIMd=1,5±1,3) e IL-6 (p<0,01) (PLAa=3,9±5,4; PLAb=2,4±1,6 e SIMa=3,0±1,9; SIMb=2,5±1,1). A contagem de células sanguíneas revelou maior número de basófilos (contagem relativa) (p=0,01) (PLA=4,22±17,91; SIM=32,05±39,85) e monócitos (contagem absoluta) (p=0,04) (PLA=14,58±8,60; SIM=11,00±7,36) no grupo SIM comparado ao grupo PLA. Conclusão: Considerando tudo o que foi exposto, é possível concluir que a suplementação com simbióticos pareceu ser eficiente para idosos considerados em risco de fragilidade, mas ainda é necessário que mais estudos sejam desenvolvidos incluindo populações maiores, e análises de permeabilidade intestinal.