Práticas obstétricas e a questão das cesarianas intraparto na rede pública de saúde de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Aguiar, Claudia de Azevedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-15032012-104625/
Resumo: Introdução - As práticas obstétricas têm sido determinadas pela noção de risco, resultando em altas taxas de intervenções intraparto e de cesarianas no país. As indicações desta cirurgia não têm seguido um critério clínico-obstétrico fundamentado nos diferentes cenários de assistência, reduzindo o seu potencial protetor. Objetivos - Identificar e comparar as indicações de cesarianas intraparto em mulheres de baixo risco, a partir da assistência e das intercorrências que antecederam o nascimento, em dois modelos de assistência (Centro de Parto Normal e Centro Obstétrico); e caracterizar os locais de estudo quanto à equipe de saúde, às práticas protocolares e à estrutura física para assistência à mulher e ao bebê. Métodos - Estudo transversal, realizado por coleta de dados secundários, em dois hospitais públicos de São Paulo. Foram incluídas no estudo 158 parturientes de baixo risco submetidas à cesariana intraparto, em 2010. Para análise dos dados, estimou-se a Odds Ratio. Resultados - Os achados foram discutidos à luz da Medicina Baseada em Evidências. Os melhores resultados estiveram associados ao Hospital que dispõe de Centro de Parto Normal, com significância estatística na internação oportuna da parturiente, na presença de um acompanhante, no uso de partograma e nos métodos não farmacológicos para alívio das dores. Constataram-se alguns registros de práticas obstétricas realizadas de modo questionável em ambas as instituições, como uso de ocitocina e de amniotomia. Quanto às intercorrências, as mais frequentes foram: sofrimento fetal, presença de mecônio, distocia funcional e desproporção céfalo-pélvica, embora parte dessas indicações tenha divergido dos achados registrados no decorrer do trabalho de parto. Considerações finais: Fragilidades nas práticas obstétricas estiveram presentes em ambas as instituições, embora o Hospital com Centro de Parto Normal tenha demonstrado assistência menos restritiva e mais personalizada às mulheres. Evidenciou-se a presença de intervenções desnecessárias, com vistas à aceleração do trabalho de parto, o que demonstra resistência dos profissionais e das instituições às evidências científicas, bem como às recomendações e diretrizes do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde